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13 nov 2012

Câmbio ajuda a reduzir fatia dos importados

A desvalorização do real frente ao dólar e as medidas de redução de custos de produção contribuíram para uma melhora leve dos coeficientes de exportação e de importação da indústria.

O coeficiente de importação, que mede a representatividade dos importados no consumo interno, caiu de 23,4% no terceiro trimestre de 2011 para 22,3% no mesmo período deste ano. A queda interrompe a trajetória de alta iniciada para o trimestre desde 2010.

Na mesma comparação, a participação dos importados levando em consideração a indústria de transformação caiu de 22,3% para 21,2%. O cálculo é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O diretor de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, diz que apesar da queda do coeficiente de importação no terceiro trimestre deste ano, a fatia dos importados continua em nível elevado, acima da média histórica. Na abertura setorial, ele chama a atenção para segmentos que continuam mantendo tendência de elevação do coeficiente, como o setor de máquinas e equipamentos para extração mineral, construção e para agricultura, dando prosseguimento a altas consecutivas do coeficiente desde 2010. Para Giannetti, a melhora do coeficiente se deve em parte à desvalorização do real, que tirou parcela da vantagem do importado.

O coeficiente de exportação da indústria ficou praticamente estável na comparação trimestral. A parcela da produção nacional que é vendida para o exterior aumentou apenas 0,1 ponto percentual, saindo de 20,2% no terceiro trimestre de 2011 para 20,3% no mesmo período deste ano. A exportação da indústria de transformação teve um pouco mais de avanço, com aumento de 0,3 ponto percentual no coeficiente. Na mesma comparação, saiu de 17,1% em 2011 para 17,4% neste ano.

Para Giannetti, apesar da desvalorização do real, o resultado da exportação ainda é considerado medíocre. Segundo ele, isso mostra que é preciso prorrogar por tempo indeterminado medidas do Plano Brasil Maior, como o Reintegra, que devolve ao exportador crédito tributário equivalente a 3% do valor embarcado, e a redução de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). “Essas medidas precisam ser mantidas até serem eliminados os resíduos tributários. Quando a reforma for concretizada e elas não forem mais necessárias, poderão ser retiradas”, argumenta. Com uma prorrogação, defende, as empresas terão maior segurança para contar com essas condições mais favoráveis e fechar contratos de exportação.

Giannetti diz ainda que, apesar da manutenção do dólar em torno dos R$ 2, ainda há “15% ou 20% de apreciação” da moeda nacional, o que tira a competitividade do exportador.

Apesar disso, porém, o levantamento por setores da Fiesp mostra que alguns segmentos tiveram elevação do coeficiente em nível acima da média. Entre eles, atividades que tiveram benefícios específicos para a redução de custos de produção, como a desoneração da folha. O segmento de máquinas, aparelhos e material elétrico teve elevação de 16,7% no terceiro trimestre do ano passado para 18% no mesmo período deste ano. Na mesma comparação, produtos têxteis tiveram elevação de 18% para 18,7%. Vestuário, porém, ficou estável e calçados tiveram redução de 0,7 ponto percentual.