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16 jul 2019

Volume de Vendas SP/BR – Têxtil e Calçados – Mai/2019

Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio, calculados pelo IBGE, são claros: o varejo não se recuperou ainda. Um dos meses do ano mais importantes para o setor de vestuário, têxteis e de calçados, mais uma vez, não trouxe alento. Em maio de 2019, no Brasil, o setor vendeu 0,6% menos do que no mesmo mês do ano anterior, considerando sempre a quantidade vendida. Vale lembrar, em 2018, o País assistiu, atônico, à greve dos caminhoneiros, iniciada em 21 de maio, com término em 1 de junho daquele ano. Isto é, a base de comparação já é combalida por si só.

Em São Paulo, o quadro foi ainda mais restritivo. No levantamento do IBGE, o comércio de tecidos, vestuário e de calçados recuou 2,1%, frente ao mês de maio de 2018. No que tange ao acumulado de janeiro até maio, do atual ano, a queda foi de 1,4% e, em doze meses, terminados em maio/19, a redução foi de 2%, sempre em relação a igual período anterior.

Tem sido muito dura a realidade de quem tem sua vida ligada à economia real [já que a Bolsa de Valores opera ao redor dos 104 mil pontos]. Empresários e trabalhadores sofrem os efeitos de uma recessão sem fim. O governo tenta emplacar a Reforma de Previdência – talvez mais encampada pelo Parlamento do que pelo próprio Poder Executivo – e, com isso, retarda deliberadamente vários dos instrumentos de Política Econômica que poderiam ser usados para mitigar o crescimento pífio do PIB.

Como subproduto deste ambiente de incertezas – que se mantém – e mesmo de incredulidade – que se forma – a indústria do setor não decola, a despeito das importações de vestuário estarem recuando 17%, em toneladas, no primeiro semestre de 2019, perante o mesmo intervalo de 2018.

Com efeito, a indústria paulista de têxteis e de vestuário gerou, no mesmo intervalo da pesquisa do IBGE (janeiro até maio), apenas 2.531 vagas. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2018, o setor havia criado 4.660 novos postos de trabalho; uma queda de 46% nas oportunidades oferecidas pelo setor. Fundamentalmente mulheres têm sido alijadas de empregos, tendo em vista o perfil dos colaboradores, ou melhor, das colaboradoras dessa indústria, que chegam a ser 70% do contingente no segmento de vestuário.

Sem embargo, enquanto isso, de um lado, desempregados e subocupados e, de outro, empreendedores que reduzem não mais os seus lucros, mas sim o seu patrimônio, assistem aos embates de uma campanha eleitoral que não tem fim, sempre com a expectativa de dias melhores. Algo que já começa a ser comparado à parábola da “terra prometida” que, nesse caso, nunca chega.

MSc. Haroldo Silva – Membro do Corecon-SP