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22 nov 2011

Uma revolução silenciosa feita por microempreendedores


Uma revolução silenciosa tem transformado a vida de milhões de pequenos empreendedores que não tinham condições de formalizar seus negócios. De julho de 2009, quando foi criada a figura jurídica do Empreendedor Individual (EI), até 16 de novembro deste ano, 1,781 milhão de pessoas já ingressaram nesse modelo, que criou vantagens tributárias para empresários com faturamento de até R$ 60 mil anuais e com no máximo um empregado. A média de adesões intensificou-se desde junho, e já chega a 100 mil por mês. O crescimento deve continuar: até 2015, o Brasil poderá ter quatro milhões de empreendedores individuais, alta de 37% ao ano, segundo Bruno Quick, gerente de Unidade de Políticas Públicas do Sebrae.


Pesquisa do Sebrae aponta que 87% dos chamados EIs desejam ampliar seus negócios e se tornar microempresários nos próximos anos, o que traz um potencial relevante tanto de geração de empregos, quanto de investimento na economia. “Em 2015, se chegarmos a quatro milhões de empreendedores, imaginemos que um milhão deles queira aumentar seus negócios e, para isso, contrate uma pessoa a mais. Teríamos um milhão de empregos gerados por esse público”, disse. Quick estimou que, se um em quatro empreendedores investisse R$ 1 mil para expandir sua atuação, poderia ser aplicado R$ 1 bilhão via esses empresários.


Os empreendedores individuais estão presentes em 400 atividades econômicas, sendo que as principais são: comércio de vestuário, cabeleireiro, lanchonetes, minimercado e bares. Cerca de dois terços deles trabalham em casa, 46% são mulheres e 30% moram nas capitais. A sondagem do Sebrae mostra ainda que 56% estão com alguma pendência contábil. “Isso mostra que muitos não sabem da necessidade do pagamento da cota tributária ou estavam acostumados, quando eram autônomos, a pagar mês sim, mês não”, afirma Quick. Dos entrevistados, 3,7% afirmaram ter um empregado, percentual abaixo dos 10% de uma pesquisa realizada pelo governo em 2003 sobre o universo informal, quando ainda não havia a figura do EI. “Há espaço para expansão nesse dado”, afirmou o gerente do Sebrae.


A principal razão para empreender, citada por 43% dos participantes, foi a busca de independência financeira. A maioria dos empreendedores (69%) aprendeu sua atividade na prática, e apenas 31% fizeram cursos.


A escolaridade desse público é mais elevada do que a média nacional: 47% possuem nível técnico médio ou completo e 17% deles têm o diploma do ensino fundamental completo. A principal razão de adesão ao EI foi obter um CNPJ: 60% afirmaram que quiseram formalizar o negócio, enquanto 37% disseram ter aderido ao EI para ter acesso ao sistema de previdência social do INSS, uma forma de pensar a poupança do futuro. A formalização foi bem avaliada: 95% recomendariam.


 


Fonte: Valor


http://www.valor.com.br/impresso/emprego-e-renda/uma-revolucao-silenciosa-feita-por-microempreendedores