Topo
Sindivestuário / Indústria da Moda & Negócios  / Sem encomendas, perspectivas de venda da indústria para o Natal ainda é incerta
9 ago 2012

Sem encomendas, perspectivas de venda da indústria para o Natal ainda é incerta

SÃO
PAULO – A quatro meses do Natal, as encomendas aos setores industriais mais
beneficiados pelas vendas do varejo no período ainda são incertas e retratam um
clima de pessimismo e cautela do empresariado. Após um primeiro semestre fraco,
vários setores da indústria ainda não receberam encomendas para as festas e
evitam fazer projeções para vendas.

Para o
presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário (Sindivestuário), Ronald
Masijah, a perspectiva é de um “decréscimo fortíssimo” nas encomendas para o
Natal, principal época das vendas do setor no ano. “Nessa época, no ano passado,
as empresas já estavam recebendo as encomendas, comprando os tecidos e em
produção. Mas não existe movimentação alguma e mal houve encomenda para o Dia
dos Pais”, disse Masijah.

No
setor eletroeletrônico, as encomendas para o final do ano começam a ser feitas
entre setembro e outubro, mas a expectativa da indústria é pessimista pelo
desempenho até agora em 2012. Segundo Humberto Barbato, presidente da Associação
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica(Abinee), a previsão no final de
2011 era de que as vendas do setor crescessem 11% em 2012. Agora a estimativa é
de alta de 8%, no máximo. Sondagem feita pela Abinee com 100 empresas do setor e
publicada em junho mostra que 47% esperam vendas maiores em 2012 do que em 2011,
ante 63% em maio e 78% em janeiro.

No
setor calçadista, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de
Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Carlos Mamoru Ajita, proprietário da
rede de lojas Casas Ajita, no Paraná, após o balanço das vendas no Dia dos País,
no próximo domingo (12), será possível ter uma estimativa de encomendas para o
final do ano. Normalmente, de acordo com ele, é a partir da Feira Internacional
da Moda em Calçados e Acessórios (Francal), em junho, que o varejo começa a
fazer encomendas que receberão nos meses de outubro e novembro. Mas este ano,
com inverno ameno, as vendas foram fracas. “A tendência agora é buscar um
resultado positivo com a coleção de verão”, disse.

Se
tudo correr bem, disse o presidente da Ablac, as vendas do setor no segundo
semestre deverão fechar com um crescimento médio de 3%. No fechamento do ano, a
previsão é de uma expansão média de 2% já que, nos primeiros seis meses do ano,
as vendas cresceram apenas 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Nossa previsão no começo do ano era crescer 3,5%.

Vestuário

Assim
como em outros setores, a concorrência com os importados, principalmente os
chineses, é a principal justificativa para o pessimismo do setor de vestuário.
Nem mesmo a alta recente do dólar anima o presidente do Sindivestuário. “Isso
que subiu é uma piada”, avaliou Masijah. A produção física do setor no primeiro
semestre caiu 12,8% ante igual período do ano passado e as importações avançaram
em 30%. Em valores, a receita de importados cresceu 39%. O setor pede uma
desoneração tributária e ainda a adoção de salvaguardas na importação de
vestuário.