Apesar de comemorar o crescimento de 7,5% da economia brasileira em 2010, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) frisou que o momento atual exige cautela.
O presidente da entidade, Paulo Skaf, avaliou que os resultados anualizados escondem o fraco desempenho do último trimestre do ano passado. Como exemplo, citou o PIB industrial, que cresceu 10,4% em 2010. Nos últimos três meses, contudo, o setor registrou uma queda de 0,03%.
Skaf disse que a atividade econômica no primeiro bimestre de 2011 segue fraca, com um desempenho próximo a zero. ?Isso é consequência das medidas de contenção de crédito tomadas pelo governo em dezembro do ano passado e janeiro desse ano?, argumentou, em nota à imprensa.
Segundo o presidente da Fiesp, a situação pode se deteriorar após o Banco Central elevar neste ano em um ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, que hoje é de 11,75% ao ano.
?O Brasil corre o risco de perder mais uma vez uma grande oportunidade de crescimento. É provável que o PIB nacional em 2011 fique entre 3% e 4%. E o crescimento industrial pode estagnar entre 2% e 3%. Isso é lastimável?, reclamou.
(Fernando Taquari | Valor)