No momento da compra, mulheres querem ser tratadas como únicas

São Paulo – Atualmente, as mulheres são responsáveis, em média, por 66% das decisões de compra nos lares brasileiros, movimentando cerca de R$ 1,3 trilhão por ano. Entre as decisões de consumo – que têm impacto nas compras da família – estão vestimenta, alimentação, plano de sáude e educação.


O resultado disso? De acordo com a coordenadora da pesquisa “O mundo de Vênus”, Stella Kochen Susskind, presidente da Shopper Experience, a insatisfação com produtos e serviços é maior entre as mulheres. E alcança patamares elevados pela própria natureza do universo feminino.

Estudo ainda aponta o que as consumidoras não suportam. Um dos pesadelos citados pelas entrevistadas é a antiga cena do vendedor de sapatos que desce oito ou nove caixas empilhadas. No momento da compra, as mulheres querem ser tratadas como únicas.

Experiência de consumo

Ao descreverem o que seria uma experiência de consumo ideal, as consumidoras afirmam sonhar com um ambiente confortável e acolhedor. Um local com decoração moderna. As vitrines sempre com preços bem visíveis. E os produtos estariam à vista, separados por tamanhos e cores.


Nesse mundo hipotético, os atendentes do varejo as deixam à vontade, mas estão sempre por perto para tirar eventuais dúvidas sobre questões técnicas. Esses vendedores são profissionais que se preocupam com o bem-estar de clientes de diferentes perfis e realizam um atendimento personalizado. Atuam como um orientador-consultor, sem empurrar produtos e serviços desnecessários e não alinhados com o perfil de consumo dessa mulher.


Como diminuir a insatisfação delas?

Divulgada nesta quinta-feira (3), a pesquisa “O mundo de Vênus” questionou as entrevistadas sobre como seria o mundo ideal, já que os produtos, serviços e marcas estão muito aquém de suas expectativas. 


Stella afirma que o mundo hipoteticamente feminino é permeado por atributos como sensibilidade, sabedoria, senso de justiça, cautela, maturidade, equilíbrio entre racional e emocional – todas características, inclusive, relacionadas às mulheres. Confira abaixo como seria o mundo ideal nos seguintes espaços:

– Atendimento em instituições financeiras:


“Quando descrevem bancos ideais, o ponto crucial está no atendimento. As mulheres querem que todos os clientes sejam tratados como pessoas e não números. Na prática, um atendimento premium para todos”, afirma Stella.


O ambiente não deve ter um ar condicionado gelado, tem que ter um espaço para sentar confortavelmente, tomar água e, eventualmente, ir ao banheiro. E um gancho no autoatendimento para pendurar a bolsa seria muito bem-vindo.


“As mulheres são tão detalhistas que citaram o posicionamento dos caixas eletrônicos, que devem ficar de uma forma que não seja possível ver a operação de outro cliente. Uma medida para manter mais segurança”, justifica.

– Supermercado ideal:


No mundo ideal, os produtos anunciados em folhetos e promoções existem de fato nas lojas e os preços não precisariam ser conferidos, já que o descrito na gôndola seria exatamente o valor que passaria no caixa.


Aquela história de ter 10 caixas e apenas quatro funcionando não existiria. O carrinho de compras, por sua vez, teria uma calculadora para facilitar o controle dos gastos.


E como a ida ao supermercado demanda uma infinidade de operações, elas gostariam de ter um funcionário designado para passar as compras no caixa. E enquanto esperam? As mulheres desejariam desfrutar de uma manicure, sala para as crianças brincarem, cabelereiro, café e degustação de produtos.


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