Os estilistas associados da Associação Brasileira de Estilistas (Abest) se encontraram nesta quinta-feira (18) em uma churrascaria paulistana para saber sobre as novidades da entidade e para conhecerem o novo Conselho Deliberativo, apresentado pelo presidente da entidade, Valdemar Iodice. O clima era de total descontração e o burburinho dominava o ambiente. Enquanto almoçavam, estilistas aproveitavam para trocar figurinhas sobre o universo, falando sobre tecidos, dificuldades que encontram na exportação e a sempre presente “TPC” ou “Tensão Pré-Coleção”, que aparece dias antes da apresentação da grife em grandes eventos de moda.
“Acho que vivemos um momento especial na Abest. O setor cresceu como um todo e apenas os associados, juntos, alcançaram um crescimento de 12% no primeiro semestre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Acho significativo, já que a Europa e os EUA estão passando por momentos de crise. Significa que temos feito um bom trabalho e as marcas associadas, mesmo com todas as dificuldades, conseguem desfilar em países como França e EUA, com nosso apoio e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex)”, disse Valdemar.
Amir Slama, da grife Rosa Chá, foi bastante assediado pelos colegas. O estilista foi presidente da gestão anterior da Abest, ele recebeu um presente do atual conselho por sua dedicação e trabalho na entidade. “A Abest é um desafio e as pessoas que estão lá (na entidade), olham para a moda brasileira com modernidade”, elogiou Slama.
Crescimento
Iodice contou que o plano da Abest para o crescimento da moda no País é transmitir a ideia de que foco, gestão e capacitação são elementos essenciais para a melhora do mercado interno. “Há marcas estrangeiras como Zara e Topshop com presença no Brasil. O mercado fast fashion, de marcas como C&A, por exemplo, se prepararou para enfrentar essa concorrência externa. Nós também temos que nos preparar e investir no mercado interno”, contou, dizendo que o planejamento estratégico será o grande foco de sua gestão.
O novo conselho deliberativo da Abest é composto por Benny Rosset, das grifes Valisére, Água Doce e Cia. Marítima; e Roberto Davidowicz, da UMA, como vice-presidentes; Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga, Cecília Prado, Doca Redorat, Paola Robba e Maurício Medeiros como conselheiros. “Queremos que as grifes brasileiras conheçam o corpo consultivo que irá trabalhar em prol do setor de moda brasileira nos próximos três anos, ampliando e facilitando o trabalho em conjunto”, disse Valdemar Iodice.
De olho lá fora
A Abest foi fundada em 2003, conta com 54 associados e exporta para 48 países. “Visamos uma participação maior dos nossos estilistas no exterior, promovendo a moda brasileira lá fora com o apoio da Apex”, contou Iodice. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), os dez países que mais receberam produtos brasileiros entre os meses de fevereiro de 2010 e 2011 foram Argentina, , Holanda, EUA, Colômbia, Uruguai, México, Paraguai, Chile e Peru, elevando em 5,8% as exportações no setor no mesmo período.
Vicente Hoffmann, da grife de calçados femininos Cavage, é um dos associados da Abest e contou que exporta para países como Japão, França e EUA. “Faço as coleções pensando nos dois mercados – interno e externo – e às vezes preciso fazer algumas adaptações por causa do clima”, contou. Patrícia Schettino, da grife mineira Gig, é outro exemplo de associada que exporta seus produtos “para os cinco continentes”, contou. Assim como eles, outros associados receberam apoio da Abest e da Apex para mostrar seus produtos em feiras e eventos de moda que a