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6 set 2012

Indústria teve o pior resultado desde 2009

FERNANDO DANTAS – Agencia Estado

RIO – A indústria da transformação voltou ao nível de produção de 2009, e tanto esse subsetor quanto a indústria total tiveram no segundo trimestre de 2012 os piores resultados desde a grande crise global.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, a indústria caiu 2,4% e a indústria de transformação teve um forte recuo de 5,3%, pior resultado entre os 11 subsetores da indústria e dos serviços, e quarta queda trimestral consecutiva. Tanto no caso da indústria quanto no da indústria de transformação, são os piores números desde o terceiro trimestre de 2009. Em quatro trimestres até o fim de junho, a indústria recuou 0,4% e a indústria de transformação caiu 2,9%.

Os destaques negativos da indústria, segundo o IBGE, foram material eletrônico e equipamentos de comunicações, veículos automotores, artigos de vestuário e calçados e produtos farmacêuticos. Alguns segmentos com bom desempenho foram bebidas, madeira e mobiliário e artigos de perfumaria.

Os analistas apontam a perda de competitividade e a fraca demanda externa, com recessão na Europa e baixo crescimento nos Estados Unidos, como principais fatores da crise na indústria, cuja produção no segundo trimestre de 2012 foi inferior à de dois anos antes, no mesmo período de 2010. O caso da indústria de transformação, responsável por 53% da indústria total, é ainda pior: o nível de produção do segundo trimestre foi menor do que o do quarto trimestre de 2009.

“O cenário externo adverso complica a recuperação da indústria, e nosso modelo de crescimento baseado em consumo acaba trazendo problemas, com salários em elevação que não são compensados por ganhos de produtividade, o que prejudica a competitividade”, diz o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências.

Petróleo

Ainda na indústria, o subsetor extrativo mineral teve queda de 1,8% no segundo trimestre em comparação a igual período de 2011, por causa do recuo na extração de petróleo e do crescimento fraco em minério de ferro. Já a construção civil cresceu 1,5% em relação ao segundo trimestre de 2011, mas recuou 0,7% na comparação dessazonalizada com o primeiro trimestre de 2012.

O melhor desempenho industrial foi do item “eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana”, que cresceu 4,3% em relação ao segundo trimestre de 2011, puxado pelo consumo residencial de energia.

Serviços

Nos serviços, o principal destaque foi o item administração, saúde e educação públicas. Segundo Rebecca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, o segundo ano de governo normalmente tem mais concursos e contratações, após uma certa parada de início de mandato – o que influenciou a alta