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21 dez 2012

Gestão consciente é pilar do negócio

Doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e integrante de comitês de sustentabilidade corporativa, a consultora Ana Paula Bastos Arbache acaba de lançar, ao lado do marido, o professor Fernando Saba Arbache, o terceiro livro de uma série sobre o tema, que organiza desde 2010. “Sustentabilidade Empresarial no Brasil: Cenários e Projetos” (Raízes/Arbache) traz estudos feitos em áreas como ética e meio ambiente. “O objetivo é fazer com que as pesquisas gerem ideias para profissionais e empresas.”

Na entrevista ao Valor, Ana Paula fala sobre as iniciativas de sustentabilidade mais comuns entre os pequenos e médios negócios e qual o papel do empreendedor na disseminação de ações sustentáveis. “O gestor da empresa deve enxergar esses projetos como alavancadores de lucro, tanto para economizar insumos, como para reter talentos, graças à boa reputação que vai conquistar no mercado.”

Valor: Qual a importância das pequenas empresas no movimento sustentável?

Ana Paula Bastos Arbache: Por terem estruturas organizacionais mais flexíveis e cultura participativa, elas podem agregar escolhas sustentáveis mais rapidamente. O tamanho das empresas pode ser o maior aliado nesse movimento, mas isso depende do estilo de liderança que a companhia possui.

Valor: Por que o pequeno empresário deve se preocupar com esse tema?

Ana Paula: Há um movimento cada vez maior de comprometimento entre as relações de negócios. Ele precisa perceber que faz parte de uma cadeia. A empresa vai fornecer para grandes companhias e, por isso, deve estar alinhada aos preceitos dos parceiros. Se o cliente vende roupas para uma grande loja de vestuário, o empresário não pode ter operários em situação de trabalho degradante. O mesmo acontece se entregar alimentos para uma grande rede sem estar atento aos danos que a sua produção faz no meio ambiente. O cliente pode rastrear o produto em questão, identificar as irregularidades e eliminar a empresa da lista de fornecedores.

Valor: O que os pequenos negócios podem fazer para investir mais em sustentabilidade?

Ana Paula: Tive a oportunidade de visitar pequenas e grandes empresas na Alemanha e na Suécia. Mesmo com as diferenças contextuais, é possível aprender com quem já pratica sustentabilidade no cotidiano. Lá, as pequenas companhias já nascem estruturadas para gerar o menor impacto possível no meio ambiente, desde a construção até a política de descarte da produção. Tudo é pensado para adequar o processo produtivo às diretrizes do desenvolvimento sustentável e, no final, ainda ter lucro com esse processo. Há uma rede colaborativa bem organizada, capaz de dar suporte aos pequenos empresários. No Brasil, precisamos nos unir a cooperativas, ONGs e outros empreendedores para realizar uma gestão de sustentabilidade. Isso não é impossível, mas é preciso fazer um esforço inicial maior, para que a pequena empresa possa estar adequada a essa demanda planetária. Quando se investe na realização de uma gestão de negócios sustentável, isso deve ser a coluna vertebral do negócio. A partir dela, pensa-se nos fornecedores e no treinamento de pessoas aptas a entender o que é a sustentabilidade para, assim, trab