Férias e base fraca puxaram alta no pagamento da indústria, diz IBGE

A alta de 5,1% no valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria brasileira em janeiro na comparação com dezembro, na série com ajuste sazonal, resultou do pagamento de férias e da baixa base de comparação, depreciada nos últimos meses pelo ?desempenho negativo do setor?.


A afirmação é do gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo. Os números constam da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada nesta quarta-feira.


?O pagamento de férias, tradicionalmente, é feito em janeiro e, no período de setembro a dezembro de 2011, a folha de pagamento acumulou queda forte. A baixa base de comparação ajudou, também, no resultado de janeiro?, afirmou o especialista. A sequência de números negativos à que se refere o especialista é de setembro a dezembro de 2011, quando a folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria acumulou retração de 5,2%.


O resultado de janeiro da folha de pagamento real foi 4,4% superior ao verificado em igual mês de 2011 e, em 12 meses, o indicador acumulou alta de 4,1%.


A folha de pagamento real foi o único dos três itens da Pimes a registrar resultado positivo nos dados dessazonalizados. Entre dezembro e janeiro, o pessoal ocupado assalariado caiu 0,3%, ao passo que o número de horas pagas recuou 0,2%.


Na comparação entre janeiro deste ano com igual mês de 2011, o pessoal ocupado assalariado foi reduzido em 0,5%, enquanto o número de horas pagas caiu 1,5%.


Já no acumulado em 12 meses encerrados em janeiro, o pessoal ocupado assalariado e o número de horas pagas subiram 0,8% e 0,2%, respectivamente.


Antes do resultado de janeiro, de setembro a dezembro de 2011, o número de horas pagas na indústria acumulou queda de 1,5%, ao passo que a população ocupada recuou 0,9%, no mesmo período.


?Não poderiam ser diferentes os números da indústria com a atual dinâmica do setor, com dificuldades de exportação e aumento de importação devido ao dólar desvalorizado. Há um predomínio de taxas negativas da indústria já há algum tempo?, disse o especialista do IBGE.


(Diogo Martins | Valor)

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