Algodão volátil desafia têxteis

Depois de bater recordes históricos no início deste ano, os preços do algodão estão em queda, resultado de um aumento na produção e declínio da demanda.


O cenário representa um giro de 180 graus para as empresas fabris que passaram o último ano às voltas com custos elevados e com o dilema de quanto disso poderiam repassar aos consumidores. Agora, os varejistas se perguntam se a queda nos preços do algodão, que já chega a 53% desde o pico de 4 de março, vai durar ou se a montanha russa deve continuar.


“Nunca antes vimos esse tipo de volatilidade no algodão, nunca”, disse Eric Wiseman, diretor-presidente da VF Corp., a maior empresa de confecções do mundo, numa entrevista exclusiva ao Wall Street Journal.


Os preços mais baixos do algodão não serão repassados às mercadorias nas prateleiras das lojas até meados do próximo ano. Mas ao longo dos próximos meses, as empresas de confecções terão de decidir se podem continuar cobrando mais por suas camisetas de algodão e jeans, mantendo margens de lucro mais amplas, ou se devem reduzir os preços e repassar os benefícios de custos mais baixos aos consumidores.


A VF, fabricante dos jeans Lee e Wrangler, espera manter seus preços no nível atual. “Num mundo ideal, seremos capazes de manter os preços atuais e recuperar a margem bruta que havíamos perdido, disse Wiseman.


A oscilação nos preços do algodão tem sido particularmente evidente no último ano. Impulsionado por colheitas ruins na Ásia e uma robusta demanda em todo o mundo, o algodão mais que dobrou de preço entre julho do ano passado e março deste ano, quando alcançou US$ 2,1515 a libra-peso, o mais alto nos 140 anos que a commodity é negociada em uma bolsa.


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