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1 nov 2011

Whirlpool prevê vendas mais fracas

No Brasil, consumidores põem o pé no freio e a Whirlpool, maior fabricante de linha branca do mundo, reviu para baixo a projeção de vendas na América Latina


A concorrência que vem do outro lado do mundo já começa a incomodar as gigantes globais de eletrodomésticos. Electrolux e Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul no Brasil, têm que lidar com a ambição cada vez maior das coreanas LG e Samsung sobre esse mercado, enquanto o cenário para a linha branca se mostra cada vez mais sombrio, até mesmo na América Latina, considerada uma trincheira de resistência à crise mundial. A americana Whirlpool, por exemplo, reduziu pela metade as suas expectativas de vendas na região este ano.


No balanço do terceiro trimestre, as vendas da Whirlpool cresceram 2%, para US$ 4,6 bilhões. O lucro operacional despencou 72%, para US$ 136 milhões. Já o lucro líquido mais do que dobrou para US$ 177 milhões, porém devido a créditos fiscais. “Nossos resultados foram impactados negativamente pela demanda recessiva nos países desenvolvidos, uma desaceleração nos mercados emergentes e um aumento da inflação nos custos de materiais”, disse Jeff M. Fettig, presidente mundial da Whirlpool, na divulgação dos resultados.


A empresa anunciou cortes de 5 mil vagas na América do Norte e na Europa, com fechamento e mudança de fábricas. A expectativa é economizar US$ 400 milhões ao fim de 2013. Na América Latina, as vendas da Whirlpool patinaram, com crescimento real de apenas 1%. A baixa demanda e o aumento dos custos de material encobriram em parte os ganhos da companhia na região com melhor mix de preços de produtos, iniciativas para aumentar a produtividade e créditos fiscais. A empresa, que previa crescer entre 5% e 10% na América Latina este ano, reduziu para zero a 5% a expectativa na região.


No balanço do terceiro trimestre, a Whirlpool comentou sobre a disputa “intensa na indústria de eletrodomésticos, que reflete o impacto de novos ou já estabelecidos competidores, incluindo fabricantes asiáticos e europeus”. Uma referência indireta aos líderes mundiais de eletroeletrônicos? “No Brasil, LG e Samsung se mostram cada vez mais interessadas no mercado de linha branca, acirrando a concorrência com Whirlpool, Electrolux e Mabe “, diz Oliver Römerscheidt, consultor da GfK. A margem de lucro da linha branca é o dobro da linha de áudio e vídeo.


As coreanas anunciaram este ano a instalação de fábricas no interior paulista para eletrodomésticos. A LG começa a fabricar em 2012 e, a Samsung, em 2013. Com isso, as marcas, que já disputam o mercado de linha branca com produtos premium, importados, passarão a brigar pela preferência do consumidor com eletrodomésticos nacionais, mais acessíveis.


Na disputa com a Electrolux, a Whirlpool pode estar perdendo mercado na América Latina. A fabricante sueca acaba de comprar a CTI, líder no Chile e com forte presença na Argentina (que só passará a integrar o balanço da Electrolux a partir de outubro).


O resultado da multinacional sueca no terceiro trimestre esteve longe de ser positivo (queda de 3% nas vendas líquidas, para US$ 3,76 bilhões e de 39% no lucro, para US$ 123,7 milhões). Mas no Brasil as vendas cresceram no trimestre, assim como no restante dos países latino-americanos. No relatório, a Electrolux informa que tem obtido maiores volumes de vendas, mas o mix de produtos de menor valor demandado na região impactou o lucro de maneira negativa.


A multinacional sueca também reclama no relatório do movimento de consolidação do varejo brasileiro, que continua espremendo suas margens. Ainda assim, a América Latina foi a única região onde a sua margem de lucro cresceu no período, de 5,2% para 5,4%. Procuradas, Whirlpool e Electrolux não quis