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2 dez 2011

Venda de roupas esportivas cresce com grandes eventos

São Paulo – No rastro de destruição deixado pelas fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro no início do ano, havia uma fábrica de roupas esportivas. Sediada em Nova Friburgo, a empresa perdeu máquinas, tecidos, documentos e funcionários. Por dois meses, a produção ficou parada e um pedido inteiro a ser entregue foi perdido. Nove meses depois, já em novo endereço, a CCM espera fechar 2011 com produção 10% maior do que no ano anterior.

Serão 500 mil peças produzidas e, de olho em 2012, a companhia está investindo R$ 1 milhão para ampliar em 30% sua área fabril e em 20% sua produção. O quadro de funcionários, com 140 trabalhadores atualmente, também será ampliado em 30%.

A empresa exporta de 5 a 10% de sua produção para nove países. O objetivo é chegar a 20%, entrando em novos mercados, como França, Japão e Itália. “O Brasil se destaca por conta do design arrojado, da matéria prima de qualidade e do preço competitivo”, afirma a gerente-comercial da CCM, Rossana Luppi. “A gente está numa época boa. Num patamar pé no chão, esse mercado deve crescer 10% ao ano”, projeta.

O caso da CCM ilustra bem o que deve acontecer em todo o setor. Pesquisa do Instituto de Estudo e Marketing Industrial (Iemi) mostra que, em cinco anos, o segmento de vestuário esportivo cresceu 36% em volume, chegando a 784,6 milhões de peças em 2010, e 67,9% em faturamento, num total de R$ 8,3 bilhões. O crescimento é de 6,4% ao ano, ante 5,6% do setor de vestuário em geral. São 3 mil fabricantes, que dão trabalho a 150 mil pessoas, sendo 97% pequenas e médias empresas. Diferentemente do segmento de roupas casuais, que sofre com a entrada de importados, nas esportivas a participação das importações é baixa: 2,5% das peças consumidas.

“Embora o crescimento do consumo no Brasil vá desaquecer, de 4% a 5% este ano, para 3% a 4% no ano que vem, esses produtos em especial se manterão num ritmo de crescimento em torno de 6% a 7% até a Copa, podendo crescer de 8 a 9% até a Olimpíada”, diz o diretor do Iemi, Marcelo Prado. Segundo ele, esse aumento se deve à maior exposição das marcas esportivas no período.

A Lupo, que lançou a primeira coleção de sua divisão Lupo Sports em 2010, espera que em cinco anos as roupas esportivas representem até 20% de seu faturamento. “Nossa expectativa, no lançamento, é vender 300 mil peças por coleção e estamos vendendo mais de 500 mil, um número muito acima da nossa expectativa”, conta o diretor-comercial, Valquírio Cabral Jr.

Em 2011, a Lupo deve vender mais de 1 milhão de peças no segmento, gerando faturamento de R$ 30 milhões, ou 4% dos R$ 700 milhões que a companhia pretende obter até o fim do ano, vendendo no total mais de 100 milhões de peças. Já em 2012, a empresa projeta incremento de 66% na receita de vestuário esportivo, chegando a R$ 50 milhões.

A companhia está investindo mais de R$ 5 milhões em uma nova fábrica em Matão (SP), com capacidade produtiva de 200 mil peças por mês. Atualmente, a fabricação de roupas esportivas é, e em parte, terceirizada ou importada da China. Com a nova planta, a Lupo deixará de importar e passará a produzir enxovais completos para os cerca de 30 times de futebol que patrocina. A empresa investirá outros R$ 5 milhões em ações de marketing para promover a categoria.

A Alpargatas, com suas três marcas esportivas, Mizuno, Topper e Rainha, vendeu 2 milhões de peças de roupas em 2010 e para este ano projeta crescimento na casa dos dois dígitos. O segmento esportivo como um todo, incluindo calçados e acessórios representa hoje 31% do faturamento da empresa. “Vestuário para nós é muito importante. Tínhamos muitos clubes e deixamos de ter, mas voltamos agora em 2010. Estamos com Atlético-MG e Grêmio e queremos fechar com mais um time até 2013. O patrocínio alavanca muito o vestuário”, afirma o diretor de Artigos Esportivos Fernando Beer. Ele explica que, no entanto, toda a produção de vestuário é terceirizada e a empresa não considera voltar a ter fabricação própria. A companhia inici