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5 fev 2013

Setor têxtil espera que governo crie cotas para importação a partir de abril

Sem proteção, indústria têxtil tem déficit de
US$ 5,3 bilhões no saldo de sua balança comercial

 A falta de competitividade da indústria têxtil nacional
frente aos produtos importados, principalmente chineses, levou o setor a
registrar em 2012 um déficit de US$ 5,3 bilhões no saldo de sua balança
comercial, resultado que pode ser agravado para US$ 5,8 bilhões este
 ano caso o governo não adote alguma medida de
proteção, revela Ronald Masijah, presidente
 do Sindivestuário.

A solução apontada está em o governo oferecer regime
diferenciado à indústria têxtil para que se enquadre no Simples Nacional, o que
significa isenção de teto de receita gerada, fixado hoje em R$ 3 milhões, e a adoção
ao pedido de salvaguarda no período de três anos, explica Masijah. O pedido de
salvaguarda ? regime que impõe cotas à  importação
de produtos ?foi registrado junto ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) em agosto de 2012.

A expectativa é que em abril o governo dê um parecer
positivo. ?Quanto ao Simples, queremos que o governo conceda essa diferenciação
tributária para toda e qualquer empresa dentro da cadeia têxtil e vestuário por
um período suficientemente longo. Isso permitirá ao empresário a retomada de
produção de forma a se tornar competitiva frente aos produtos importados?, detalha.
A falta de uma medida comoessa levou o setor a registrar em 2012 queda de 8,8%
na geração de emprego, o que representa 140 mil pessoas fora do mercadode
trabalho. ?O setor não sobrevive se não houver esse regime?,destaca.

Alfredo Bonduki, presidente do Sinditêxtil/SP, conta
que os empresários do setor já trabalham com planos de aumento de investimentos
com o objetivo de alavancar a produtividade.Em 2012, o montante somou R$ 2,2
bilhões em todo o país, sendo o estado de São Paulo responsável por 40% desse total.
?Essa cifra pode subir para R$ 3 bilhões por ano, com capacidade de gerar 430
mil novos empregos nos próximos cinco anos?, revela. Em nota à imprensa, a
Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), que representa as grandes
redes de varejo de vestuário do país, aponta que o clamor da indústria é
bastante oportuno, visto que a alta carga tributária brasileira tira a competitividade
do setor, dificulta os investimentos e, consequentemente, prejudica o seu crescimento.

Contudo, a associação argumenta que a pressão feita em
cima do governo para a abertura de processo para adoção de salvaguardas para o
setor de vestuário é uma ação injustificada. ?Um mercado fechado às importações
gera acomodação dos empresários frente à falta de concorrência internacional e
diminuem o investimento, aumentando a ineficiência nas indústrias, diminuindo a
escala produtiva e ampliando o custo do produto nacional.

É sabido que o preço do vestuário no Brasil é um dos
mais caros do mundo e isto vem incentivando a ‘exportação’ de consumidores brasileiros?,
disse a entidade por meio de nota.