Topo
Sindivestuário / Matérias  / Ralph Lauren projeta queda na receita trimestral
9 ago 2012

Ralph Lauren projeta queda na receita trimestral

A grife de luxo Ralph Lauren informou ontem que suas receitas deverão cair neste terceiro trimestre por causa da fraqueza da economia mundial e da reorganização de sua rede de distribuição na China continental.

O cenário mais fraco surge depois de o grupo americano ter anunciado lucros melhores do que o esperado no segundo trimestre, período em que a receita cresceu 4%, para US$ 1,59 bilhão, em comparação a US$ 1,53 bilhão no mesmo período do ano passado.

O crescimento foi atribuído a um desempenho vigoroso no segmento de vestuário na América do Norte e à melhoria das vendas das lojas de fábrica e pela internet. Mas a exposição pesada aos problemáticos mercados europeus, especialmente a Itália e a Espanha, os efeitos do dólar mais forte e os custos maiores dos estoques, graças a um aumento dos preços do algodão, são preocupações no momento.

O lucro líquido teve um crescimento de 5,1% no segundo trimestre, para US$ 193 milhões (US$ 2,03 por ação). Analistas esperavam um lucro por ação de US$ 1,78, segundo a FactSet.

Roger Farah, presidente da grife, disse que o grupo fechou 60% das lojas operadas por parceiros locais na Grande China, enquanto as vendas nas lucrativas lojas de departamentos na Coreia do Sul e Japão caíram.

A Ralph Lauren informou este mês que vai fechar temporariamente todas as suas lojas na Argentina em razão dos impostos de importação elevados e das restrições cambiais.

Farah observou que continua cauteloso com o crescimento no restante do ano fiscal, com as receitas líquidas devendo apresentar uma queda de “metade de um ponto porcentual” nos três meses que se encerram em setembro.

No entanto, o aumento das vendas nas lojas controladas pelo grupo, alimentado principalmente pelos gastos de turistas, deverá ajudar a compensar uma redução planejada nos negócios atacadistas para lojas de departamento e outros varejistas.

“A perspectiva de gastos do consumidor e crescimento da economia mundial continua desafiadora e estamos planejando nossos negócios de acordo”, disse Farah.

Diferentemente de muitas marcas de artigos de luxo, a Ralph Lauren ainda não se beneficiou totalmente do apetite dos consumidores chineses por produtos ocidentais de prestígio. Os clientes chineses geraram apenas 2% das vendas consolidadas anuais da companhia.

“Para vários concorrentes europeus, o poder de compra dos chineses cria algo entre 25% e 40% das vendas – este é um mercado que ainda precisamos explorar totalmente”, disse Farah.

A Ralph Lauren informou que pretende se concentrar no fomento das vendas para os turistas chineses ao longo de 2013.

© 2000 ? 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.