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29 jun 2021

O impacto da pandemia na moda cotidiana

Desde o início da pandemia, o mundo da moda nunca mais foi o mesmo. As medidas restritivas adotadas, como isolamento, distanciamento social e uso de máscara impactaram diretamente em todos os segmentos da moda.

As pessoas começaram a passar muito mais tempo em casa por conta das mudanças nos padrões sociais como a suspensão de eventos e a flexibilização das jornadas de trabalho para home office. Junto com essa alteração acompanhamos o relaxamento das necessidades de vestuário formal do dia a dia.

O público logo abandonou as roupas de estilo e com design elegante para adotar itens de predominante conforto para se acomodar à nova realidade. Roupas leves como shorts, camisetas, regatas e, em alguns casos, até pijamas se tornaram peças de uso diurno.

Camisas polo, blusas e roupas sociais se tornaram exclusividade das vídeo conferências com o chefe. Fato é que o conceito de “se arrumar” está com significado renovado após os últimos meses, com peças flexíveis que servem tanto para saídas ocasionais ao mercado quanto para ficar em casa.

O guarda roupas “de sair” se tornou quase exclusivo para paqueras e encontros online. Nesta ocasião o esforço de se vestir geralmente é compensatório, afinal, a primeira impressão abre portas.

Neste caso, as dicas para vestimentas seguem o mesmo princípio de encontros reais. Opte por roupas elegantes e equilibrados, sem abrir mão da sua personalidade. Combine cores de forma equilibrada e evite o arco-íris, uma vez que as cores revelam seu humor e personalidade.

Lembre-se ainda: Muito do sucesso será pela recompensa da sua naturalidade e modo de ser.

Mercado da moda mira nas vendas online

O fechamento das lojas físicas de roupas, as quais foram consideradas comércio não essencial, norteou a queda de faturamento do comércio ao longo de 2020. Em contrapartida o e-commerce vem crescendo e se consolidando.

O “Relatório do E-commerce” de abril/2021, realizado pela agência Conversion, aponta que houve um aumento de faturamento em aproximadamente 63,18% nas vendas online em território nacional.

Porém existe grande disparidade entre estes números apresentados em relação aos pequenos negócios e empreendedores do ramo. O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) apresentou uma pesquisa online em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), revelando que 71% dos negócios de pequeno porte afirmaram ter tido um faturamento pior que o de 2019, em média 34% menor.

“Atualmente, 0,5% das empresas de Moda no Brasil são de médio e grande porte, mas são estas que têm maiores condições de competir”, afirma Luiz Alberto Marinho, sócio diretor da empresa Gouvêa Malls, sobre as desvantagens que os pequenos empreendedores sofrem. Segundo ele a concorrência é desnivelada com a presença das lojas de departamento, já que “Riachuelo, C&A e a Renner respondem por 20% do faturamento de moda brasileira”.

Tendências da moda após a pandemia

As vendas de sapatos de salto alto, mocassins e outros calçados sociais estão em queda há anos e, com a pandemia, essa queda foi acentuada. Neste mesmo período o Google Trends, ferramenta que permite acompanhar o número de buscas por uma determinada palavra-chave ao longo do tempo, chegou a registrar 142% mais buscas por pijamas nos primeiros meses da pandemia. Este crescimento na busca foi impulsionado, além de todo o contexto, pelos pijamas chics que viraram uma verdadeira febre entre os famosos.

Sobre as novas tendências para o mercado da Moda, os desfiles nas redes sociais, Live Commerce, roupas digitais e a sustentabilidade são apostas para os próximos anos. Uma tendência a destacar é a sustentabilidade, uma vez que o consumidor está cada vez mais consciente sobre os recursos naturais utilizados pela indústria da moda.

Atualmente as pessoas estão comprando cada vez menos por impulso e mais pela necessidade e assim as peças básicas ganham espaço. Com a baixa tendência da moda pós-pandemia, as blusas de cores neutras, jeans, roupas versáteis e confortáveis que transitem entre as diversas ocasiões do dia a dia recebem ainda mais destaque nas vitrines e no guarda-roupa.

Por parte das indústrias têxtis, algumas empresas já anunciaram a produção de fios e tecidos contra o coronavírus, conforme o exemplo da Dalila Têxtil. Outra tecelagem que lançou tecido antiviral inédito – resistente às lavagens – foi a Santaconstancia. A nova linha é produzida com fio 6.6 Amni® desenvolvido pela Rhodia, que diminui o risco de contaminação pela Covid-19.

Outras marcas, como a Lupo, estão lançando produtos com o mesmo fio têxtil de poliamida da Rhodia. Além de máscaras, a grife aposta na linha Lupo Sports, trazendo peças que oferecem proteção contra bactérias e vírus – inclusive o COVID19.

 

Fonte SURGIU