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6 mar 2012

IPC-Fipe reforça projeção de IPCA menor em fevereiro, diz Tendências

SÃO PAULO ? A deflação de 0,07% em fevereiro no Índice de Preços ao Consumidor da cidade de São Paulo (IPC-Fipe) ? primeira queda registrada pelo índice desde junho de 2006 ? veio pouco mais forte que o esperado pela Tendências Consultoria e reforça o cenário de desaceleração acentuada dos preços no primeiro trimestre, avalia o economista Thiago Curado, que projeta alta de 0,43% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado. Em janeiro, o IPCA avançou 0,56%.


?Existem riscos de que a inflação medida pelo IPCA venha ainda mais baixa por conta da parte de alimentação?, diz Curado, destacando a queda de 0,98% nesse grupo em fevereiro no IPC da Fipe, ante elevação de 0,50% em janeiro. Segundo o economista, a forte retração foi influenciada pela volta dos preços a seu patamar normal após os aumentos no fim de 2011, mas também pela demanda externa mais fraca, que impede altas expressivas de commodities.


?Não é comum termos uma queda tão expressiva de alimentos em fevereiro. Isso está respondendo à questão das commodities no mercado externo e também à apreciação do real, que puxa os preços desses bens para baixo e explica esse recuo de 5,44% nas carnes bovinas?, afirma Curado, para quem o cenário global também está atuando sobre os preços de combustíveis. No IPC-Fipe, a gasolina caiu 0,59% em fevereiro e o etanol registrou retração de 3,7%.


Curado explica que houve formação de estoques elevada de etanol no fim do ano passado, mas além do excesso de oferta, os preços do álcool combustível estão menores no mercado internacional por conta da demanda geral mais fraca. ?Os preços do açúcar também estão caindo?, observa.


Na passagem de janeiro para fevereiro, das sete classes de despesa pesquisadas pela Fipe, cinco registraram taxas menores: educação (6,42% para 0,47%), despesas pessoais (0,87% para 0,25%), alimentação (0,50% para -0,98%), vestuário (0,60% para -0,44%) e transporte (0,31% para -0,16%). Apenas habitação (0,31% para 0,40%) e saúde (0,40% para 0,50%) tiveram alta no período.


Para março, a expectativa da Tendências é de aceleração da inflação ao consumidor em São Paulo para alta de 0,15%, já que alimentos e combustíveis devem registrar deflação menor e o grupo vestuário deve retornar ao campo positivo com o fim das promoções, mas o analista ressalta que o cenário para a inflação neste começo de ano ?não é de pressões relevantes?. ?Não há nenhuma pressão que gere preocupação nesse primeiro trimestre?, diz Curado.


Caso sua projeção para março seja concretizada, o IPC-Fipe irá encerrar o trimestre com elevação acumulada de 0,74%, a menor taxa para o período desde 2006. “A ausência de pressões vindas de alimentação – que devem, inclusive, seguir em queda – e combustíveis configura um cenário de baixos riscos inflacionári