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1 fev 2013

Indústria não eleva produção mesmo com venda de estoques, mostra a CNI

BRASÍLIA – A quantidade de mercadorias estocadas se aproximou do nível desejado pela indústria nos últimos quatro meses do ano passado. A produção do setor, no entanto, não reagiu da mesma forma: caiu em três meses desse período. Esse comportamento, para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é um alerta para a falta de demanda interna e externa por produtos manufaturados nacionais.

O indicador de produção do segmento caiu para 41,2 pontos em dezembro do ano passado ? menor patamar mensal da série iniciada em janeiro de 2010. O índice varia de zero a 100 pontos, sendo que valores abaixo de 50 pontos representam queda na atividade do setor na comparação com o mês anterior. Dezembro é um período de menor produção industrial. Mesmo assim, o fim de 2012, com base em dados da Sondagem Industrial divulgada nesta terça-feira pela CNI, mostra que o setor não ?está numa trajetória sólida de retomada?, avaliou Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de política econômica da entidade.

?Uma clara recuperação vai acontecer quando tiver uma demanda mais sustentada?, afirmou. Para ele, no fim do ano passado os estoques estavam ?ajustados?, na quantidade planejada pela indústria, mas isso ?não se materializou em maior produção. Algo aí merece atenção.?

Em dezembro os estoques continuaram caindo. O índice de evolução de mercadorias guardadas ficou em 48,4 pontos, o que representa queda. Desde outubro a indústria vem reduzindo a quantidade de mercadorias finais estocadas e, assim, ?confirmou o fim do ajustamento dos estoques de produtos finais?, diz a pesquisa.

Dos 28 setores da indústria de transformação pesquisados pela CNI 25 segmentos registraram recuo na produção entre novembro e dezembro, de acordo com o levantamento. Isso ocorreu, por exemplo, no ramo de têxteis, fumo, vestuário, couro e artefatos, calçados e veículos automotores.

Dois segmentos apresentaram aumento de produção no período, com indicador acima de 50 pontos: alimentos e bebidas.  E um ficou com a atividade estável (50 pontos): o de limpeza e perfumaria.

A frustração de demanda também resultou num aumento da ociosidade das empresas industriais. Em dezembro a indústria operou, em média, com 70% da capacidade instalada. Em outubro e novembro essa taxa foi de 74%.

Outro indicador divulgado pela CNI compara o uso da capacidade instalada (UCI) em relação aos mesmos meses de anos anteriores. Esse índice apontou piora, ficando mais distante do nível considerado usual nos últimos meses do ano.

O cenário para os próximos seis meses, entretanto, é de retomada da demanda, principalmente, no consumo interno de mercadorias industriais. Os empresários consultados pela CNI ficaram mais otimistas, pois esse indicador subiu de 54,6 pontos em dezembro para 58,4 pontos em janeiro, de acordo com a pesquisa.

?Apesar da retração da atividade, os industriais estão otimistas com o futuro?, avaliou a CNI, lembrando que o indicador deste mês ficou acima dos registrados em janeiro de 2011 e 2012.