Estilista convidada para os Semana de Moda de Alta-Costura de Paris, Iris van Herpen levou o mundo da tecnologia para a passarela – literalmente. A holandesa esculpe todos os seus modelos em programas em 3D de última geração e a impressão é que na hora do desfile os espectadores são levados a viajar direto para o futuro.
A participação em uma das semanas de moda mais importantes do mundo é um reconhecimento que começou a se desenhar no ano passado, quando ela foi eleita a estilista do ano no Dutch Fashion Awards. Desde então – e ainda mais depois de levar a coleção Escapism para a Fashion Week parisiense de janeiro -, a jovem de apenas 27 anos vem sendo apontada como a herdeira do britânico Alexander McQueen.
Desta vez, mostrando sua primeira coleção alta-costura, Van Herpen abusa dos volumes em têxteis inovadores e formas onduladas, que desafiam as leis da física e exigem contorcionismo das modelos na passarela. Uma moda 100% conceitual, que por vezes lembra o que se possa imaginar como a roupa perfeita para um extraterrestre.
A arte da holandesa se deve, em parte, à associação com o arquiteto Daniel Widrig: com ele, van Herpen foi capaz de “imprimir” suas criações diretamente nos tecidos inventados por ela, através de uma impressora a laser 3D. Em seguida, as peças são finalizadas a mão.
O método permite a estilista imaginar as formas mais audaciosas: nos rostos da plateia durante o desfile de van Herpen, nesta segunda-feira, os fashionistas exprimiam incompreensão e fascínio em uma coleção para lá de inovadora. A explicação, garante a holandesa, está na sua paixão em explorar os limites e as capacidades do corpo humano.
“Para mim, seria um sonho trabalhar com os artistas que eu admiro. Juntos, e através da pesquisa de novos materiais, novas formas e novas técnicas, podemos transformar a moda em um produto que faz sentido”, filosofa.
Fonte: Terra
