Topo
Sindivestuário / Matérias  / “Estado deve dinamizar, e não inventar a cultura”
27 nov 2012

“Estado deve dinamizar, e não inventar a cultura”

A pedido do prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes, Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa será o novo nome da pasta que Sérgio Sá Leitão ocupará a partir de dezembro. O órgão receberá R$ 57 milhões adicionais para o inédito fomento público ao setor criativo carioca.

Prestes a completar quatro anos na presidência da RioFilme, ele permanece no órgão para promover a hoje inexistente integração com a secretaria. Também estão nos planos a criação do fomento reembolsável para iniciativas com vocação comercial e o estreitamento dos laços com os governos estadual e federal, promessa de campanha do prefeito, ainda mais essencial com a chegada da Copa do Mundo e da Olimpíada.

“O potencial econômico não realizado, incorporando áreas como design, moda e arquitetura, é um novo front para o país”, afirma Sérgio Sá Leitão

Sem vínculos partidários, no entanto, Leitão não teme divergir com a agenda do Ministério da Cultura (MinC) em assuntos como Procultura, a proposta de reformulação da Lei Rouanet. “Essa noção de descentralização que se disseminou é discriminatória com os polos culturais”, diz. “Um absurdo.” Leia a seguir os trechos principais de entrevista concedida ao Valor.

Valor: Qual é o principal desafio do projeto de integração da RioFilme com a secretaria municipal?

Sérgio Sá Leitão: O prefeito enfatizou que precisamos nos transformar em uma Secretaria de Cultura e de Economia Criativa, que passará a ser o nome da pasta, para incorporar a dimensão econômica. Vou acumular as duas funções para promover a integração entre os órgãos, historicamente distanciados. Depois de seis meses vou reavaliar. Mas nunca pleiteei o cargo. O convite se deve ao desempenho da RioFilme, à cultura do planejamento e do foco em resultados. É um projeto de quatro anos, que é o tempo mínimo necessário para desenvolver um trabalho sério.

Valor: O orçamento não deverá ficar apertado ao abarcar uma nova função?

Sá Leitão: Na proposta em discussão na Câmara, teremos, em 2013, R$ 228,6 milhões para a secretaria, incluindo aí R$ 39,2 milhões da RioFilme e R$ 16,5 milhões da Fundação Planetário. É um orçamento adequado para o seu atual papel. Mas o prefeito autorizou incorporar R$ 57,3 milhões para a economia criativa, previstos no planejamento da prefeitura.

Valor: Como sair da teoria para o campo prático no fomento ao setor criativo?

Sá Leitão: Esse é o desafio. O potencial econômico não realizado, incorporando áreas como design, moda e arquitetura, é um novo front para o país. E a capacitação é chave. Desenvolvemos na RioFilme um projeto com o Senai que criou 355 vagas em áreas com lacuna de profissionais. Vamos