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15 dez 2011

Desaceleração econômica e inflação freiam varejo

SÃO PAULO – O volume de vendas no varejo brasileiro ficou estável em outubro na comparação com setembro, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), endossando expectativas de que a economia brasileira terá um quarto trimestre de fraco crescimento.




A receita nominal em outubro também teve variação zero, interrompendo uma sequência de 20 meses de elevações. A expectativa do mercado era de que as vendas ainda mostrariam algum crescimento em outubro.



Entre setembro e outubro, as vendas ficaram estagnadas, depois de crescerem 0,5 por cento em setembro e apresentarem queda de 0,5 por cento em agosto.



“Em algumas atividades tivemos aumento de preços e não é a toa que há preocupação do governo… ao mesmo tempo de uma desaceleração do crescimento. Isso inibe a demanda e o consumo”, disse a jornalistas o economista do IBGE, Reinaldo Pereira, ao lembrar que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre também ficou estagnado.



Ante outubro de 2010, o volume de vendas registrou acréscimo de 4,3 por cento, sendo que no acumulado do ano, alta de 7 por cento. Em 12 meses, o crescimento é de 7,3 por cento. Analistas ouvidos pela Reuters previam alta de 0,15 por cento mês a mês e avanço anual de 4,95 por cento.



O dado de setembro sobre agosto foi ainda revisado para crescimento de 0,5 por cento, ante dado anterior de 0,6 por cento.



Segundo o IBGE, entre setembro e outubro 6 dos 10 setores avaliados tiveram redução de vendas. “É uma ocorrência especial que reflete o ambiente econômico”, destacou Pereira.



Na opinião do economista-chefe do banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, os números são mais um indicativo de que a atividade doméstica sentiu os efeitos da piora no cenário internacional. “O varejo está num claro caminho de moderação, mas ainda acho que não de queda”, afirmou.



O governo anunciou no início do mês medidas para estimular o consumo e impedir que a economia desfaleça ainda mais. Entre as ações, reduziu as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca, anunciando desonerações também no setor financeiro. ID:nN1E7B007D]



Poucos dias depois, números mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve crescimento nulo no terceiro trimestre ante o segundo, confirmando avaliações de que o agravamento da turbulência internacional, especialmente na zona do euro, tem tido impactos sobre a atividade doméstica.



Em relação a outubro de 2010, as vendas no varejo tiveram uma expansão quase generalizada, mas o ritmo de vendas foi menor do que em meses anteriores. Atividades importantes registraram recuo ou desaceleração, influenciadas pelos preços mais altos, como combustíveis, cujas vendas diminuíram 0,8 por cento ante outubro de 2010, e tecidos, vestuário e calçados, com queda de 2,2 por cento no período.



Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, os números sugerem um quarto trimestre “desanimado”, no qual o PIB brasileiro cresceria “timidamente” contra um terceiro trimestre sem crescimento.


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