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27 maio 2011

Cresce o consumo de roupas pela internet

Quem assiste à inauguração de novos shopping centers nos grandes centros brasileiros, que aumentou quase 50% nos últimos dez anos, pode ter a impressão de que, em vestuário, o varejo tradicional é o único que cresce no país. Mas o mundo virtual também vive um “boom” de oferta de roupas e acessórios de moda. São lojas exclusivamente virtuais – como a My Way Bags, que vende bolsas, e a Jorgito Donadelli, que comercializa sapatos masculinos – além de grifes do “mundo real” que decidiram investir na rede, como a Folic e a Aramis.


Segundo a empresa de monitoramento de comércio eletrônico e-bit, o consumo on-line de artigos de moda (que inclui roupas, sapatos e acessórios) teve um expressivo crescimento no ano passado: a categoria, que sequer aparecia entre as 20 mais vendidas da web, saltou para a sexta posição. Foram 2,4 milhões de pedidos, o que representa 6% do total.


No Brasil, a web ainda representa 2,8% das vendas do varejo, mas seu crescimento é apontado como irreversível. De acordo com a pesquisa “Comportamento de compra do consumidor de vestuário”, realizada pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), 71% dos entrevistados lembraram-se do site que fizeram a última compra e 80% já conheciam os mesmos. Entre os consumidores virtuais, 96% se dizem satisfeitos e têm intenção de voltar a comprar. As principais vantagens apontadas são a facilidade de compra, escolha do produto e preços melhores.


O preço é justamente o principal chamariz do e-commerce da grife infantil Camú Camú, no ar desde dezembro. “Quase 90% das nossas vendas são de coleções antigas”, diz Josiane Scudeler, diretora de marketing da Camú Camú. Com a estratégia de oferecer roupas em promoção, a loja virtual conseguiu um tíquete médio igual ao das lojas físicas, que vendem as coleções regulares. “Além disso, o crescimento das vendas tem sido de 30% ao mês”, diz Josiane.


“Uma loja virtual tem muito mais a ver com o nosso produto, que oferece muita qualidade e exclusividade por um preço acessível”, acredita o empresário Jorgito Donadelli, que há três semanas colocou no ar o site que leva o seu nome, para vender sapatos e outros acessórios masculinos, fabricados com couros nobres.


Vindo de uma família que atuou por mais de 40 anos no segmento de calçados masculinos, Donadelli investiu, até agora, R$ 200 mil na operação virtual. Na fase inicial do projeto, a previsão é vender 100 pares de calçados por mês, volume que pode triplicar em um ano, segundo o empresários que acredita muito na fidelidade e no senso prático masculinos.


A percepção do empresário é confirmada pela pesquisa do IEMI, que apontou que a compra pela internet é mais comum entre homens com menos de 34 anos.


A grife masculina Aramis também inaugura em breve a sua operação no varejo virtual, depois de 16 anos de mercado de moda masculina. “A loja virtual tem potencial para ficar entre as cinco com maior faturamento da rede Aramis”, diz Richard Stad, diretor da marca. De acordo com ele, a empresa ficou cerca de um ano desenvolvendo o projeto. A intenção era criar uma plataforma que fosse eficiente para informar o cliente e valorizar os produtos. “Mas a maior preocupação era com a logística. Na net, é preciso muito cuidado para não espalhar notícias ruins sobre a marca”, diz Stad. “Vender, nós sabemos que vende. O problema foi como organizar a entrega para não frustrar o consumidor.”


Na opinião de Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Brandworks, empresa especializada em marketing de varejo, o momento não poderia ser mais propício para quem ainda não está na rede. “Há uma nova classe de consumidores na rede e uma marca que não faz um bom trabalho no mundo virtual está perdendo vendas”, diz Marinho. “Ainda há o problema da padr