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21 dez 2012

Marcyn abre loja própria e prevê 100 unidades em 5 anos

A fabricante de lingerie Marcyn inicia hoje sua operação de varejo, com a inauguração de uma loja-conceito em São Paulo, seguindo um caminho já trilhado por grandes concorrentes como Hope, Valisère e Darling. O plano prevê a expansão via franquias e a abertura de 100 unidades em cinco anos. Atualmente cerca de 80% das vendas são feitas em lojas multimarcas e grandes varejistas de vestuário, num total de 6 mil pontos de venda espalhados pelo país.

“A Marcyn é conhecida de uma forma muito fragmentada, cada lojista mostra só uma parte do nosso mix de produtos”, diz o diretor Marcos Zaborowsky, de 29 anos, que há 11 trabalha na companhia criada em 1983 por seu avô, Luiz Zaborowsky, e seu pai Mauro, na capital paulista. As três gerações estão juntas na gestão do negócio. “Acreditamos que o varejo vai dar uma força muito grande para a marca”, acrescenta Marcos, referindo-se ao projeto de rede de lojas exclusivas.

Além de lingeries com etiqueta Marcyn de diversas linhas como “plus size” (tamanho grande) e modelagens variadas, o portfólio inclui as coleções licenciadas Capricho e Ana Hickmann e de moda praia. Em janeiro, a companhia prevê lançar uma linha de roupas para ginástica (Marcyn Active) e outra de “homewear” – como é chamado o segmento de peças confortáveis, como camisetas e shorts, “para ficar em casa”. A extensão do portfólio não só motivou, mas também integrou os preparativos para a investida em uma loja própria.

“A gente vem se preparando para isso há três, quatro anos, com ações na área de logística, marca, mix de produtos. Não queríamos chegar de qualquer jeito [ao varejo]”, diz Marcos, quando perguntado sobre o fato de a empresa lançar loja própria depois das rivais.

O aumento acelerado do número de shoppings no país (são 455 em operação, com um crescimento equivalente a duas inaugurações por mês desde 2011) também serviu de impulso. “Os shoppings dão preferência ao modelo de varejo padronizado, de franquia”, diz o diretor comercial da Marcyn, Carlos Padula (ex-Hope e ex-Pucket), contratado em fevereiro. Não à toa, a tendência da indústria ir ao varejo com lojas próprias, por meio de franqueados, está disseminada no setor de moda – vestuário, meias a calçados. Ninguém quer ficar fora das vitrines desses centros comerciais, nem depender apenas das araras compartilhadas das lojas multimarcas para se aproximar do consumidor.

“É mais fácil gerar valor, gerar margem, no varejo do que na indústria e para isso é preciso ter uma marca que se transforme em desejo de consumo, com a qual o consumidor se identifique”, afirma Padula. Se o plano de expansão da Marcyn se concretizar, a projeção é que em cinco anos 35% de seu faturamento seja obtido com a rede de lojas exclusivas. Outro canal com grande potencial de crescimento é a internet. Criada em dezembro de 2010, a loja virtual da marca responde hoje por 4% da receita e deve alcançar uma participação de 15% em três anos. A fabricante também vende por catálogo, em parceria com a empresa Posthaus, de Blumenau (SC). O segmento tem uma fatia de 8% no faturamento, cujo valor os donos preferem não revelar.

Padula (esq.) é o diretor comercial da Marcyn