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11 jul 2012

Le Lis Blanc compra a marca Rosa Chá da Marisol

Por apenas R$ 10 milhões, a Restoque comprou da catarineses Marisol a marca Rosa Chá, famosa no segmento de moda praia. A dona da Le Lis Blanc planeja começar a abrir lojas próprias da Rosa Chá, a terceira adquirida pelo grupo, em 2013.

A operação, que deve ser anunciada na manhã de hoje, inclui apenas um ativo: a marca, fundada pelo estilista Amir Slama, em 1993. Atualmente, a grife estava sob comando da fabricante Marisol, que concluiu uma oferta pública de aquisição para sair da bolsa de valores há um mês.

Segundo Márcio Camargo, sócio do Artesia, fundo controlador da Restoque, os planos para a Rosa Chá se assemelham ao que foi posto em prática com as outras duas marcas compradas pelas companhia — a Bo. Bô, em 2008, e a John John, no ano passado.

Com ambas as grifes, a Restoque deu largada a um plano de expansão de lojas próprias, usando o conhecimento de varejo que tinha com a operação da Le Lis Blanc, principal marca do grupo. Até dezembro, serão de 51 unidades da Bo.Bô e 42 da John John.

A primeira loja própria da Rosa Chá está prevista para ser inaugurada em julho do próximo ano, diz Camargo. As unidades terão em média 200 metros quadrados e vão dispor de um mix de produtos de moda praia e peças para ginástica e ioga. Além disso, vai contar com uma linha feminina de roupas casuais. “Enxergamos um potencial de mais de 100 lojas para a marca. Cerca de dez delas devem ser abertas já no ano que vem”, comenta Camargo, que ocupa o cargo de presidente do conselho de administração da Restoque.

Recentemente, a Restoque concluiu uma captação de R$ 200 milhões em debêntures, com intuito de reforçar seu caixa para continuidade os seus planos de expansão a partir de 2013. Segundo Camargo, a companhia está sempre de olho em novas aquisições. O foco são grifes pequenas com potencial para serem estruturadas e ganharem escala. Camargo explica que uma aquisição tradicional (além da marca, incluiria também os pontos) de uma empresa do segmento de vestuário hoje sai a um múltiplo de entre oito a doze vezes o lucro. “Com o crescimento orgânico, conseguimos retorno de R$ 1 de Ebitda para cada R$ 1 de investimento. Vale mais apenas levar só a marca”, explica Camargo. Segundo balanço de 2010 da Marisol, a Rosa Chá tinha 13 lojas.

Ele conta que a Bo.Bô, marca mais premium do grupo, atingiu porte suficiente para, hoje, se tornar a operação em que a Restoque obtém a maior rentabilidade.

A companhia está dando este ano o maior salto de crescimento da sua história. A previsão é atingir 232 lojas -todas próprias – até dezembro, o que representa mais do que o dobro de lojas do grupo ao fim do ano passado. O número não inclui os 33 quiosques de maquiagem Le Lis Blanc Beauté, todos previstos para serem abertos até dezembro.

Apesar do ritmo acelerado de aberturas no primeiro trimestre, a companhia não apresentou compressão de margens, o que tem agradado o mercado. No ano, as ações da empresas sobem 10,6%, enquanto o Ibovespa recua 5,4%, no mesmo período. Em doze meses, os papéis da varejista avançam 57,3%; o Ibovespa cai 12,7%.