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7 mar 2012

Indústria de transformação tem o pior desempenho desde a crise

A indústria de transformação teve no quarto trimestre de 2011 a maior queda desde a crise financeira internacional e registrou retração de 2,5% em relação ao trimestre anterior, quando já havia tido queda de 1,6%. No início do ano, o setor ainda estava no terreno positivo, tendo fechado o segundo trimestre em 0,5% e o primeiro em 0,6%, sempre na comparação com os três meses imediatamente anteriores.


Trata-se do setor de maior peso (14,6%) sobre as contas nacionais medidas pelo Produto Interno Bruto (PIB) depois da administração pública (16,3%), de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


A queda de 2,5% no quarto trimestre de 2011 foi a maior desde os primeiros três meses de 2009, quando houve baixa bem mais acentuada, de 7,9%. Já quando se compara o desempenho da indústria de transformação com o mesmo trimestre de 2010, a queda de 3,1% também foi o pior resultado desde a crise. No terceiro trimestre de 2009, a queda havia sido de 9,7%.


E a retração dos últimos três meses do ano não foi a única registrada em 2011. No terceiro trimestre, houve queda de 0,6% em relação ao mesmo período de 2010.


De acordo com o coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto, a indústria de transformação é o ?núcleo central da economia?. Segundo ele, sistematicamente o que se vê em todas as taxas é a indústria de transformação com o pior desempenho do trimestre.


?O que temos observado na indústria de transformação, com a turbulência do mercado externo e incertezas sobre o consumo, é que ela sofre, mas não de forma total, porque alguns setores cresceram?, disse Olinto. O coordenador explicou que atividades relacionadas ao setor externo tiveram mais impacto, devido à crise internacional, enquanto atividades mais voltadas para o mercado interno tiveram menos impacto.


Segundo dados do IBGE, os destaques negativos do setor foram vestuário e acessórios; artigos de plástico; metalurgia; máquinas, aparelhos e material elétrico; e automóveis.


Ainda assim, a indústria de transformação teve também destaques positivos, como máquinas e equipamentos; produtos de metal; gasolina e óleo diesel; e caminhões e ônibus.


Segundo Olinto, é possível ficar preocupado com o desempenho do setor no trimestre, mas no ano ainda houve crescimento ? por mais que a alta de 0,1% normalmente seja considerada pelo IBGE como estabilidade. O coordenador explicou que a desaceleração é muito sentida na parte da indústria voltada para exportações. Já as áreas direcionadas para consumo e investimentos têm menor impacto.