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26 jan 2012

Grifes apostam no veludo para a coleção inverno

SÃO PAULO – O veludo é um velho conhecido do mundo do vestuário e sua origem é o Oriente. Nos séculos XIV e XV, passou a ser produzido na Itália e, posteriormente, na França. Segundo a Enciclopédia da Moda, de Georgina O?Hara (Companhia das Letras), o nome deriva do latim, vellus, que quer dizer pelo. É feito com trama apertada com pelos curtos e densos, que resulta numa textura macia e brilhante.


No século XIX, ainda era mais comum o veludo feito de fios de seda, mas a partir do século XX, também passou a ser produzido com acetato, raiom ou algodão. Entre as décadas de 1960 e 1970, o veludo foi muito popular para a confecção de calças, coletes e outros itens, tanto femininos quanto masculinos.


O tecido ficou sumido nos anos 80 e 90, até reaparecer, no início deste século, nas coleções de estilistas poderosos, como Tom Ford, ?que apresentou inúmeros paletós de veludo vinho e preto para a italiana Gucci?, segundo o Dicionário da Moda, de Marco Sabino (Editora Campus).


Na edição de inverno do São Paulo Fashion Week , que terminou ontem, várias grifes usaram veludos em suas coleções. A da Huis Clos, apresentada no sábado, no SPFW, trouxe um veludo importado, de bom caimento. ?Escolhemos um veludo feito de viscose e seda?, disse Sara Kawasaki, estilista da Huis Clos, que vem usando o tecido há pelo menos quatro coleções seguidas, inclusive para roupa de verão. ?Muita gente associa o tecido ao inverno, por conta de seu caráter aconchegante. Mas dependendo da composição, o tecido fica leve e fresco?.


Os vestidos de veludo da Huis Clos não marcam o corpo, caem soltos, dando destaque para os ombros arredondados ou para uma nesga de renda. Delicados, eles tiram do veludo a conotação de vestido de festa, para trazê-lo ao casual sofisticado. Os tons escolhidos são o mostarda, o vinho e o verde-água.


Na Animale, cujo tema da coleção remetia ao Império Russo, o veludo foi usado em conjuntos de camisa e calça ? com corte de alfaiataria ou de estilo esportivo. O brilho do tecido ajudou a deixar o visual chique, mesmo com a estrutura ?molenga? da roupa. Em outro momento, o veludo ?devorê? (de efeito corroído) foi usado em vestidos e macacões, que deixavam partes estratégicas do corpo transparentes.


O estilista Mario Queiroz usou veludo liso em detalhes, como mangas de blazers masculinos. A versão cotelê deu forma a calças ou foi usada em patchworks com lã príncipe de Gales, nos casacos longos ? também para eles.


(Vanessa Barone | para o Valor)


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