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1 fev 2013

Gestão sustentável é valorizada

Sustentabilidade virou uma palavra-chave nas escolas de gestão de negócio. Cursos específicos, como o master em gestão de sustentabilidade, da FGV, ou o curso de extensão e especialização em gestão da sustentabilidade e responsabilidade corporativa, da Unicamp, ainda são relativamente poucos. No entanto, mesmo quando não criam programas dirigidos especialmente para o tema, as instituições de ensino procuram ministrar disciplinas voltadas para o assunto em seus cursos regulares. Ou incorporam o tema de forma transversal em suas aulas. Ou seja, incluem o chamado “triple bottom line” – sustentabilidade social, ambiental e financeira- nos programas de formação.

“Tem havido uma inserção bastante razoável de temas ligados à sustentabilidade nos currículos de graduação, mestrado e doutorado”, explica Marco Tulio Zanini, coordenador do mestrado executivo da Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas da FGV. “É um assunto que cabe em todas as disciplinas, de finanças e contabilidade à liderança.”

Para Zanini, a tendência é de que os cursos específicos para a área sejam uma exceção no mercado de educação executiva. “No fundo, o maior desafio é tornar a sustentabilidade algo tão presente nos cursos de gestão que no longo prazo não se justifique ter cursos isolados para isso”, diz.

No Ibmec, a demanda por mais conhecimento levou a escola de negócios estudar a criação de uma disciplina específica de sustentabilidade, que será disponibilizada no canal de e-learning do instituto ainda este ano. Segundo o coordenador de negócios do grupo Ibmec, José Luiz Trinta, a opção oferece qualidade, mobilidade e flexibilidade aos alunos que desejarem se aprofundar no tema. “Para os alunos do e-learning, será uma disciplina obrigatória. Para os alunos dos cursos regulares, será uma eletiva”, explica.

Trinta ressalta, no entanto, que a criação de um curso voltado exclusivamente para a sustentabilidade não está nos planos do Ibmec. “Buscamos incorporar essa questão a todos os nossos programas, discutindo a sustentabilidade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também em aspectos como governança e responsabilidade social corporativa”, diz.

“Na verdade, pode ser até difícil achar um MBA em sustentabilidade, mas é muito mais difícil não tratar do tema sustentabilidade em um MBA”, afirma Trinta. O coordenador do Ibmec lembra que a sustentabilidade não é apenas uma palavra da moda e que dela depende a sobrevivência das organizações. “Lorde Keynes dizia que no longo prazo estaremos todos mortos, mas eu diria que apesar disso as empresas devem sobreviver”, diz. Por isso, argumenta ele, a nova geração de gestores deve estar preparada para lidar com novos modelos de negócios. “O profissional, em qualquer área, deve sempre buscar equilíbrio entre os aspectos sociais, ambientais e financeiros da empresa.”

Trinta observa também que, por se tratar de um assunto relativamente novo, o conhecimento a respeito da sustentabilidade e de suas práticas ainda está sendo construído pelas empresas e pelas escolas. “Buscamos abordar na sala de aula as questões práticas que os próprios alunos trazem das empresas em que trabalham”, diz.

Já Letícia Casotti, coordenadora do Centro de Estudos em Consumo do Coppead UFRJ, destaca que, ao trazer a sustentabilidade para a sala de aula real ou virtual, as escolas de negócios estão atendendo uma demanda irr