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26 out 2012

Evolução do setor atrai capital de risco

Dispostos a correr um pouco mais de risco em troca de uma melhor rentabilidade, os investidores em fundos de private equity estão atentos à expansão do setor de logística. E alguns deles alcançam seu objetivo mais rápido que o esperado graças ao forte crescimento do setor.

O mercado esquentou já no fim de 2011, quando o fundo de investimentos em participações Tarpon aportou R$ 134 milhões na AGV Logística para adquirir 51,22% das ações da companhia. Este ano, entre os novos negócios que uniram investidores de risco e empresas de logística, o braço de private equity do banco de investimento BR Partners comprou em abril participação minoritária no Grupo Sequoia, especializado em comércio eletrônico. No fim de junho a Sequoia fez sua primeira aquisição, da Linx Fast Fashion, para prestar serviços especializados ao setor de moda e confecções.

Alguns negócios iniciados há menos de cinco anos – prazo em que geralmente esses fundos esperam a maturação de seus investimentos – começaram a dar resultados. Um exemplo foi a venda de parte do capital da Rapidão Cometa que pertencia ao fundo de private equity da gestora Governança & Gestão (GG), do ex-ministro do Planejamento, Antônio Kandir, para a FedEx, a maior empresa de logística do mundo, em julho. Também neste ano, o Pátria Investimentos, segunda maior gestora de fundos em participações do país com mais de R$ 11 bilhões em ativos, vendeu para a trading japonesa Mitsui sua participação na Veloce, também adquirida em 2009.

Formado por algumas centenas de milhares de pequenas e médias empresas, com “DNA” de transportadoras e umas poucas gigantes, o setor de logística brasileiro é um dos que apresentam as maiores oportunidades de negócios para consolidação na opinião do consultor Roque Cifu, executivo sênior da Accenture.

“Como a logística é complicada no Brasil, o que atrai esses investidores é o desafio de ajudar na gestão do negócio tornando-o mais eficiente”, diz o consultor. Segundo Roque Cifu, a conta de transporte costuma ser uma das mais importantes dentro das empresas, chegando a representar cerca de dois terços das despesas totais.

Tipicamente, os fundos private equity ganham um percentual sobre o Ebitda (na sigla em inglês, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa que compram, explica Roque Cifu. “Se você consegue aumentar o Ebitda, obtém uma valorização do capital.”

Na prática, foi essa a experiência do Pátria com a Veloce, segundo o diretor Marco D’Ippolito. A empresa administra o transporte o serviço de coleta, armazenagem e transporte de peças e componentes nos centros de distribuição internos de montadoras de veículos. Depois de um investimento de R$ 25 milhões do Pátria, a companhia multiplicou 50 vezes seu valor de mercado até que atraiu a atenção do grupo japonês Mitsui que pagou aproximadamente US$ 58 milhões por ela. “O pulo do gato nesta operação foi a unificação de todos os serviços e a cobrança, reduzindo custos e incrementando a marca”, explica D’Ippolito.

A aposta do Pátria no setor logístico vai muito além da Veloce. Em 2010, seus administradores criaram, em parceria com o Grupo Promon, o P2 Brasil, um fundo de investimentos com foco nos setores de logística e transporte, óleo e gás e serviços ambientais com ênfase na infraestrutura de apoio para clientes corporativos. No segundo semestre de 2011, o P