Topo
Sindivestuário / Matérias  / Casos de heranças bem alinhavadas no mundo fashion
17 jul 2012

Casos de heranças bem alinhavadas no mundo fashion

Empresas familiares costumam sofrer de um mal comum: a sucessão. Isso porque nem sempre a geração seguinte se mostra interessada ou apta a seguir o negócio adiante. Na moda, há inúmeros casos. Felizmente, vários desses exemplos são de sucesso. Uma nova geração de estilistas – oriundos de famílias do ramo de vestuário – está mostrando que pode, não apenas tocar o negócio da família, como modernizá-lo, criando estratégias e investindo em marca própria. É o caso de Eduardo Mahfuz Toldi, da marca Egrey, e de Daniele Mabe, da grife homônima.

O jovem economista Eduardo Mahfuz Toldi, de 26 anos, passou quatro anos trabalhando no mercado financeiro até se render ao negócio da família – a fábrica de tricôs Jee. “Entrei na empresa, criada por minha mãe, para ajudar na administração”, diz Toldi. “Ao mesmo tempo, comecei a estruturar uma marca própria, porque sempre acreditei em comunicar uma identidade por meio da roupa.” Apesar de alguma resistência da mãe – a fábrica produzia no esquema de private label -, o rapaz foi em frente e criou a grife Egrey, de tricôs sofisticados e contemporâneos, para vestir uma mulher “cosmopolita, polida e urbana”. Um ano e meio depois, as vendas da empresa expandiram 2.000%, diz o economista, que se descobriu um grande estilista. “Consegui atrair minhas irmãs para trabalhar na empresa e hoje a família enxerga que o nosso futuro está na Egrey”, diz Toldi, que virou sócio da mãe e já idealiza desdobramentos para a marca. Em breve, a Egrey – que terá duas coleções por temporada – vai contar com uma linha de alfaiataria para acompanhar as peças de tricô.

Acompanhando o know-how da família, a Egrey é especializada em tricôs. O que não significa investir no estilo datado dos blusões com motivos “folk” – daqueles que se encontra em 9 de cada 10 lojinhas de Campos do Jordão. Graças ao olhar arejado de Toldi, as peças que saem da linha de produção da empresa são pensadas para cativar mulheres acostumadas com o melhor da alfaiataria e que querem mostrar originalidade seja em São Paulo, Paris ou Nova York. O economista-estilista brinca de inventar novos tecidos, novas texturas e formas que tanto podem delinear o corpo feminino, quanto deixá-lo livre de qualquer aperto. E, graças à variedade de fios e de construções, há peças para atravessar as quatro estações do ano. “Acredito que a roupa tenha de ter qualidade, direcionamento e identidade”, afirma Toldi.

Tendo essas premissas como base, o céu é o limite, uma vez que mudando a combinação de fios e o tipo de desenho pode-se criar um novo tecido, com diferentes pesos, caimento e aparência. Toldi gosta de trabalhar com matérias-primas das mais variadas, em especial com algodão Pima, lhama e alpaca do Peru, além de rayon indiano – materiais infinitamente mais nobres e interessantes do que a velha lã acrílica – que domina o segmento de malharia retilínea.

O apuro na escolha das matérias-primas e na confecção das peças não passou despercebido. Primeiro, conquistou as “mulheres da família”. Depois, o mercado em geral. Mesmo jovem, a Egrey começa a ser comercializada por 20 multimarcas, como a Sub, em São Paulo, e a Dona Coisa, no Rio de Janeiro. “Também acabamos de realizar a segunda venda de coleção para o Japão”, comemora Toldi, que pensa numa loja própria, mas num futuro ainda distante. “Seria bom para transmitir a im