Topo
Sindivestuário / Matérias  / Cai produção no País de indústrias têxtil e de vestuário
14 dez 2012

Cai produção no País de indústrias têxtil e de vestuário

GUILHERME WALTENBERG – Agencia Estado

SÃO PAULO – As indústrias têxteis e de vestuário
tiveram queda acentuada no volume de produção de janeiro a outubro deste ano,
informa relatório do Sindivestuário (que reúne as entidades industriais de
roupas e confecções), divulgado nesta quarta-feira. No período, a produção
brasileira da indústria têxtil caiu 4,6%, em relação ao mesmo período do ano
passado. A indústria de vestuário teve retração mais acentuada, de 10,63%. Em
igual comparativo, no Estado de São Paulo, o setor têxtil teve recuo de 5,73% na
produção e o de vestuário caiu 17,65%.

O presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah,
atribui o declínio na produção ao aumento na importação. “De 2008 para cá,
aumentou 272% o número de produtos (roupas e confecções) importados. Os
importados entram no País porque não conseguimos competir (com a indústria
estrangeira) com essa carga tributária tão alta. Nosso parque industrial é
moderno, o problema são os tributos”, avaliou. “Se o governo não
tomar providências, esse setor da indústria vai ser asfixiado no Brasil, assim
como foi nos Estados Unidos e na Europa”, destacou.

A queda na produção, avalia Masijah, refletiu no
número de pessoas empregadas nessas indústrias, que caiu 5,58% no setor têxtil
e 8,79% no vestuário. “Esse foi o pior ano para o setor nos últimos 20
anos. Perdemos em torno de 120 mil empregos.” De acordo com o executivo, o
setor é o segundo que mais emprega no País, atrás apenas da construção civil.
“Empregamos mais de 1,4 milhão de trabalhadores. Não é possível que o
governo não preste atenção.”

Apesar da reclamação, ele admite que as vagas
perdidas têm sido absorvidas por outros setores da economia, inclusive pelo
comércio varejista de roupas e confecções, onde as vendas tiveram alta de 2,9%
em todo o País.

Segundo Masijah, 2013 será crucial para a indústria
têxtil e de vestuário, já que a perspectiva é de nova baixa na produção.
“Para conseguir reverter essa curva, você precisa de alguma ação muito
forte (do governo), senão vira um viés negativo até exaurir esse setor da
indústria”, afirmou. “É o ano divisor de águas, ou permanece a
indústria ou desistimos de vez (da produção) no Brasil. Está nas mãos do
governo”, disse, ressaltando que o sindicato procurou as autoridades
federais diversas vezes sugerindo alterações no regime tributário e não obteve
respostas.