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30 jun 2010

Argentina contraria o G-20 e aperta o cerco sobre importações


O aviso foi dado pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que se reuniu com os empresários para dizer que só pode importar quem exportar e em proporções iguais. A Argentina está preocupada com o aumento das importações, de 72% em maio, enquanto as exportações subiram só 25%, na comparação anualizada. A ordem é evitar a redução do superávit comercial e a consequente pressão sobre o câmbio.


“Devem exportar o mesmo valor que importam, caso contrário, não poderão importar”, disse Moreno em algumas das reuniões que têm realizado com empresários, conforme relato de fontes ligadas à Câmara de Importadores (Cira). Não há uma norma que formalize as restrições às importações locais. Trata-se de um controle administrativo aplicado na aduana para que o produto não entre no país.


A advertência de Moreno ocorreu apenas um dia depois de participar da reunião entre os ministros brasileiros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, com os ministros argentinos da Economia, Amado Boudou, e da Indústria, Débora Giorgi, na quinta-feira. Foi a primeira vez que o secretário participou de um encontro bilateral.


Moeda local
Os alimentos do Brasil vão poder entrar no país, mas os importadores vão ter de usar o Sistema de Moedas Locais, ou seja, pesos e reais, para o intercâmbio comercial. “Não querem [os funcionários] que o mercado de câmbio esteja inundado de dólares. Para nós, não há problema porque não muda nada realizar as operações em pesos, reais ou dólares”, disse uma das fontes.



O setor de autopeças também recebeu a orientação de importar peças do Brasil usando o SML, criado em outubro de 2008 para eliminar o dólar das transações comerciais. Mas o Brasil não é o único a sofrer as barreiras. Tanto que o porta-voz da União Europeia, John Clancy, acusou a Argentina de aplicar medidas protecionistas e pediu que o governo “deixe imediatamente de bloquear” as importações europeias. “Estamos muito preocupados porque a situação atual está tendo um impacto negativo em algumas exportações de produtos comestíveis da União Europeia”, disse Clancy às agências internacionais.


FONTE: DCI