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12 dez 2008

A taxa SELIC é só um “boi de piranha”: o que mata são os juros reais do mercado(Joelmir)


E OS JUROS NÃO CEDEM Joelmir Beting  11-12-2008



Continua a escalada de juros e spreads bancários, informa estudo da Anefac: em novembro, as famílias pagaram, 0,07 ponto percentual a mais (ou 0,93%) na média sobre outubro, com a taxa de juros média passando de 7,53% para 7,61%. No ano, isso significa aumento de 139,24% para 141,12% (elevação de 1,35% em 12 meses), sendo esta a maior taxa de juros média desde novembro de 2005.

As empresas pagaram 0,04 ponto percentual a mais no mês, com elevação de 0,90%, tendo a taxa média de juros subido de 4,43% para 4,47%, o que significa 69% ao ano, também esta a maior taxa de juros média, e em intervalo maior, desde julho de 2005. Em outubro, a taxa estava em 68,23% ao ano.

Considerando as mudanças na Selic desde setembro de 2005 (de 19,75% para 13,75% ontem confirmados para mais 45 dias), a Anefac aponta redução na taxa básica de 6 pontos (ou 30,38%), mas sem qualquer efeito na taxa cobrada das pessoas físicas e com aumento para as pessoas jurídicas de 0,77 ponto percentual (ou 1,13%) .

Em sua pesquisa mensal de juros, a Anefac constatou estar ocorrendo maior seletividade das instituições financeiras ao conceder crédito, mais exigentes quanto ao grau de endividamento dos consumidores e seu comportamento de renda. Disso resultam maiores restrições aos financiamentos.

Também está havendo redução dos prazos de financiamentos em média de 12 meses: no caso dos veículos, de 72 meses em agosto para 60 agora; nos produtos das linhas branca e marrom, em móveis e computadores, de 36 meses para 24 meses. E, no geral, de 24 meses para 12 meses.

Consumo
No consumo, as famílias estão pagando, em média, juros anuais ao comércio de 110,52% (em outubro, 109,10%), no carão de crédito, 233,56% (229,96%), no cheque especial, 152,38% (149,87%), no CDC dos bancos, 47,47% (46,78%), no empréstimo pessoal de bancos, 94,05%, e no empréstimo pessoal de financeiras, 277,26% (antes, na mesma ordem 92,73% e 274,03%).

A taxa cobrada pelo comércio é a maior desde novembro de 2003; a do cartão de crédito, a maior desde julho de 2003. Nos bancos, a taxa do CDC é a maior desde julho de 2006, a dos empréstimos pessoais, a maior desde fevereiro de 2006. Nas financeiras, a taxa de novembro é a maior desde dezembro de 2005.

Produção
Para as empresas, o aumento médio da taxa de juros ao ano foi de quase 1%, entre outubro e novembro, passando de 68,23% para 69% (a maior desde julho de 2005), com destaque para a taxa cobrada na conta garantida (de 94,05% para 95,60%), no desconto de duplicatas (de 56,09% para 56,81%), no desconto de cheques (de 61,22% para 61,96%), para capital de giro (de 63,46% para 64,03%).

A taxa cobrada para capital de giro em novembro é a maior desde março de 2006, a para desconto de duplicata, a maior desde janeiro de 2006, a da conta garantida e a para desconto de cheques e promissórias, a maior desde fevereiro de 2005.

(11/12/2008)