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28 mar 2013

Sistema de gestão ajuda a controlar negócio a distância

Meias-calças, ventiladores pulmonares, cosméticos para cabelos e sapatos feitos com couro de peixe. Os produtos são os mais variados, mas têm por trás empresas com algo em comum: são brasileiras e de pequeno porte, cujas marcas estão chegando a um número cada vez maior de países com apoio da tecnologia, que suporta quesitos essenciais para a prática do comércio exterior, desde uma gestão mais apurada até a divulgação das ofertas aos públicos-alvo.

A CMR é um dos exemplos. A empresa, sediada em Jundiaí (SP), começou a exportar em 2001, após testar a receptividade de seus produtos no mercado chileno. Hoje, sua marca de lingerie Liz está presente em cerca de 60 países, que são atendidos pelas unidades no Brasil, no México e no Chile.

Para fazer face a toda essa rede, a fabricante instalou o sistema de gestão (ERP) da SAP, que roda na matriz e permite o acompanhamento dos negócios a distância – a gerente de lá acessa o servidor aqui, onde o pedido é processado e a nota é devolvida para lá, tudo por VPN (virtual private network, ou rede privada virtual).

“A ferramenta possibilitou sair faturando no momento em que pousamos no México, em 2005”, diz o empresário Carlos Rosset. No Chile, onde o escritório comercial havia sido aberto dois anos antes, uma linha de produção passou a funcionar em 2011, também sustentada pelo mesmo ERP. Para melhorar o fluxo de trabalho específico do comércio exterior, a CRM adotou ainda uma solução desenvolvida pela Sonda TI, parceira da SAP, que processa os trâmites relacionados à exportação, como câmbio e draw back. Além disso, um novo processo de etiquetagem permite impressão em quatro idiomas. “Qualquer peça do estoque está pronta para saída para qualquer país”, descreve o empresário.

Atualmente, o mercado externo responde por cerca de 6% do faturamento anual da CMR, em torno de R$ 90 milhões. Já foi maior – chegou a representar 17% – mas o comportamento pós-crise ampliou a participação do mercado interno, onde a empresa deu início a uma estratégia de vendas no varejo por meio de franquias. Até o fim do ano, deve somar mais 25 lojas às cinco abertas no ano passado. Chile e Peru também estão nos planos.

A catarinense Leistung do Brasil, fabricante de equipamentos para a área da saúde especializada em ventiladores pulmonares e respiradores mecânicos, a gaúcha QOD, produtora de cosméticos para os cabelos, e a amazonense Green Obsession, fornecedora de calçados e bolsas artesanais feitos com couro de peixe e fibras naturais, são outros exemplos de exportadoras de pequeno porte. Menos parrudas que a CMR, nem por isso prescindem da tecnologia, utilizada principalmente como plataforma de exposição de seus produtos para atrair compradores.

Para o especialista Daniel Domeneghetti, da E-Consulting, ter um produto mais ou menos exclusivo e desejável é o primeiro passo de uma pequena exportadora bem-sucedida. A casa arrumada é outro e isso inclui processos logísticos, fiscais, tributários, de marketing e comunicação. Com tudo isso, diz, a empresa está apta a exportar e pode lançar mão de tendências que facilitam o fluxo dos negócios, como computação em nuvem e IaaS (infraestrutura adquirida como serviço), que permitem ter o tipo de suporte tecnológico antes inacessível pelo custo.

Também pesa a favor das menores o barateamento das soluções de e-commerce, incluindo meios de pagamento e segurança,