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7 fev 2012

Posicionamento Sindivestuário no Valor Econômico sobre dados divulgados pela CNI-Indicador aponta produção quase estagnada em 2011



Apesar da estagnação da produção industrial em 2011, com crescimento de apenas 0,3% na comparação com 2010, o faturamento real das empresas industriais aumentou 5,1%, segundo dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No mesmo período, o Índice de Preços ao Produtor foi de 2,61%. Nem todos os setores conseguiram repetir essa performance, mas uma parte relevante, especialmente aqueles em que a demanda se manteve mais aquecida, encontrou um ambiente em que foi possível repassar o aumento de preços e ainda aumentar as vendas, como é o caso de outros equipamentos de transporte, que inclui motocicletas, e do setor de couro e calçados, apesar da produção física muito mais morna.


No último ano, os artigos de couro e os calçados tiveram forte alta de 17,9%, segundo o IPP, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento de custo, no entanto, não foi barreira para uma alta do faturamento real de 17,5%, segundo a CNI. Mas foram os produtos importados que tiraram proveito da demanda aquecida, já que a produção nacional recuou 10,4% em 2011, segundo o IBGE. “Nos segmentos em que a importação de produtos é relativamente fácil, é possível repassar preços mesmo com a produção reduzida”, segundo José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, para quem a perda de competitividade do setor tornará difícil uma recuperação mais forte em 2012.


A mesma dinâmica se repete em outros produtos de transporte, que incluem motocicletas e aeronaves, por exemplo. Para Edgard Pereira, professor da Unicamp e sócio de uma consultoria que leva seu nome, a dinâmica entre aumento de preços de 6,8% e alta da produção de 8% em 2011, sempre na comparação com 2010, é indício de que uma boa parte do crescimento de 28,4% do faturamento se deu com vendas de produtos importados. “Se o custo de produção impõe que a alternativa para se manter no negócio é vender produtos industriais importados, o empresário faz o necessário para se manter na briga. E são setores em que foi possível repassar preços e aumentar o faturamento por causa da demanda ainda aquecida”, disse Pereira.