Topo
Sindivestuário / Indústria da Moda & Negócios  / Moda brasileira conquista passarela de Florença
17 jun 2011

Moda brasileira conquista passarela de Florença

Até agora, a moda brasileira exalava samba e as frutas tropicais, no entanto agora é conhecida por seus traços cosmopolitas, alegres e com grande consciência ecológica, que subiram a passarela nesta quinta-feira na 80ª edição da Pitti Uomo.

“Os novos estilistas brasileiros fogem dos clichês do Brasil, mas mantêm a essência de suas raízes com uma nova linguagem e uma extraordinária energia”, explicou à Agência EFE a empresa de consultoria de moda Helena Montanarini.

Durante o Pitti W, o observatório da moda feminino dentro da feira Pitti Uomo, dez jovens estilistas brasileiros apresentaram um show de peças para a mulher moderna, “todas elas muito funcionais e usáveis”, acrescentou Montanarini.

“Amo fazer sapatos com alma e grande personalidade, que não tenham data de validade, odeio trabalhar sob a pressão das tendências”, explicou à Efe Cristiano Bronzatto, proprietário da Louloux, que aposta em sapatos artesanais, exclusivos e muitos deles fabricados com materiais reciclados.

Em sua coleção foram vistos desenhos com muita cor, elaborados com tiras de verniz, animal print e cordões de diversas texturas.

A base de espinafres, café, chá e eucalipto, entre outras plantas, Vanessa Montoro tinge os fios de seda com os quais costura à mão extraordinários vestidos, saias e calças.

“São peças atemporais, embora procuro misturar com alguma nota que faça referência às tendências”, assinalou a estilista, que há sete anos possui dirige uma empresa artesanal na qual trabalham 20 mulheres.

Os preços das criações chegam a 2 mil euros, “mas são justificados. Uma mulher demora quase um mês para costurar um dos nossos vestidos”, explicou Vanessa Montoro.

Com seda misturada com bambu e silicone com gesso, Gilda Midani preparou uma coleção atemporal, na qual o conforto prima sobre o luxo. “As cores são muito importantes sobretudo na hora de transmitir energia”, explicou.

Por sua vez, Victor Dzenk se inspirou na flora do Amazonas para elaborar uma vistosa estampa para confeccionar vestidos curtos e longos repletos de cor e com padrões muito sofisticados.

“Os impressos atrevidos, as silhuetas marcadas e a cor são minhas marcas registradas”, assinalou Dzenk.

Andrea Viera, filha da prestigiosa estilista brasileira Patricia Viera, aposta por roupas jovens, com traços dos anos 1970.

“O couro, tingido em tons de amarelo mostarda, o verde menta, o azul e o roxo, é o único material utilizado para fazer a coleção”, afirmou Viera, diretora da Pat Pat”.

Delicada, coerente e tranquila é a proposta da empresa Muggia, onde se viu roupas desestruturadas e camisas com detalhes nos ombros.

Também apresentou acessórios como bolsas e colares, entre os que chamam a atenção anéis solitários realizados com tela de algodão.

Bordados são o fio condutor da coleção de Isabela Capeto, que apresentou vestidos com estampas florais e saias com uma silhueta que marcava a cintura, uns acima do joelho e outros com longos até o tornozelo.

A estilista Marianna Arnizaut trouxe a Florença uma coleção original de acessórios que recriam o mundo do futebol. Entre todas as peças sobressaíam bolsas com formato de bola e pêndulos que lembram apitos.

Os maiôs e os biquínis chegaram pelas mãos da Clube Bossa, que aposta por decorar os trajes de banho com drapeados.

Por fim, todos os estilistas asseguraram que se sente muito “orgulhosos” de representar o Brasil, país convidado na 80