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12 mar 2012

Análise: Moderação do crescimento chinês pode dar impulso aos EUA

PEQUIM – Uma China mais lenta vai pesar sobre o crescimento global, mas poderá dar um impulso aos Estados Unidos.


O mundo se acostumou com o robusto crescimento da China que sustenta a demanda global. Os grandes ganhadores têm sido os países produtores de petróleo, que viram suas exportações dispararem.


Para os Estados Unidos, no entanto, a emergência da China tem pontos positivos e negativos. Os preços baixos das importações chinesas ajudaram a manter a inflação contida, mas também contribuíram para a hemorragia dos empregos do setor industrial americano. E as famílias chinesas, apesar dos grandes ganhos na renda média, continuam muito pobres para comprar os produtos ?Made in America?.


Mas isso está para mudar. Na abertura do Congresso Nacional do Povo, no início da semana, o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao anunciou uma meta de crescimento econômico de 7,5% para este ano, de 8% em cada um dos sete anos anteriores. Isso se somou ao reconhecimento de que após uma era de vertiginoso crescimento orientado pelo investimento, a economia chinesa está entrando em uma nova fase, menos tórrida.


Para os exportadores de commodities que têm proporcionado matérias-primas para a expansão industrial e de infraestrutura da China, isso não é bom.


Os produtos de exportação da Austrália para a China, por exemplo, são equivalente a 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB), e as vendas de minério de ferro respondem por mais da metade disso.


Algumas companhias americanas também poderão ver um enfraquecimento das vendas à medida que a China desacelera sua compulsão por investimento. A Manitowoc pode ver uma diminuição na demanda por guindastes, por exemplo. A United Technologies deve vender menos elevadores Otis e a Carrier menos unidades de aquecimento, ventilação e ar condicionado.


Mas para a economia dos Estados Unidos como um todo, uma China crescendo menos poderá ser algo positivo.


MUDANÇA DE DIREÇÃO


A experiência do Japão, Coreia do Sul e Taiwan mostra que quando as economias em desenvolvimento encerram sua fase de investimento, há um aumento na participação da mão de obra na receita nacional.


Esses salários maiores significam um aumento na demanda do consumidor por bens e serviços de maior qualidade.