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7 dez 2012

Um vestido, um amor e uma grife que se reinventa

Na particular lógica do mundo fashion, um vestido não é apenas um vestido. Ele pode ser sinônimo de elegância, mania de uma geração ou até símbolo da liberação feminina. No caso do “wrap dress” (vestido-envelope) lançado na década de 1970 pela estilista Diane Von Furstenberg, ele é as três coisas. E mais: ainda é o best-seller da marca homônima criada na época pela estilista belgo-americana. Para se ter uma ideia, nos libertários anos 1970, a marca chegou a vender cinco milhões de “wrap dresses” um período de cinco anos. A nova lógica que rege as empresas de moda, no entanto, tem levado até mesmo os ícones a uma revisão. Com tamanha concorrência, não é possível viver só da fama — é preciso buscar novas locomotivas de vendas. Após uma pausa, nos anos 80, e da retomada, no final dos 90, a marca DVF inaugura uma nova fase: a da gestão profissional.

Com um faturamento que chega a US$ 500 milhões em vendas no varejo, 58 lojas e presença em 70 países, a DVF quer replicar nas bolsas, sapatos, óculos e outros itens, o sucesso que tem com o seu vestido famoso. Desde agosto, a companhia tem um co-presidente do conselho, Joel Horowitz. “A intenção é que ele coloque a DVF num nível ainda mais elevado”, informa Diane, em entrevista ao Valor. A aposta é principalmente nos acessórios. Ano passado, a DVF lançou sua primeira linha de artigos para o lar e uma fragrância assinada, a “Diane”. “Esse segmento deverá ser tão grande quando o do vestuário”, diz a designer, que possui duas lojas no Brasil, nos shoppings Iguatemi e JK. Não que o vestido que fez a fama da marca DVF vá sair dos holofotes. Em 2014, quando o “wrap dress” fará 40 anos, a DVF vai fazer uma exposição em Los Angeles para mostrar a história e evolução desse item que foi responsável por manter o nome de sua criadora em evidência. Diane Von Furstenberg veio a São Paulo para participar do seminário “Women in the World Summit”.

Valor: Por que contratar um executivo com o perfil de Joel Horowitz?

Diane Von Furstenberg: Isso tem a ver com o momento pelo qual a empresa passa. Ela amadureceu, da mesma forma que eu. A questão hoje não é mais crescer organicamente, como eu pensei, mas crescer com planejamento. Por isso, trouxe Joel Horowitz, que além da co-presidência do conselho também possui uma pequena parte no negócio. A sua missão é a expansão da linha de acessórios e do varejo. [Com mais de 35 anos de experiência em varejo, Horowitz teve um elogiado desempenho à frente da Tommy Hilfiger.] Percebi que a marca DVF é muito maior do que o negócio em si. E para aproveitar o seu potencial, precisamos dos melhores profissionais. [A empresa tem como presidente a executiva Paula Sutter.] E o meu papel, pelos próximos anos, será me dedicar às áreas criativas da companhia, para manter o seu DNA. Hoje, a DVF vive a sua terceira fase, provando que tem uma história autêntica e consistente.

Looks da mais recente coleção da grife DVF, apresentada em setembro, em Nova York: cor, feminilidade, requinte e compromisso com a liberdade feminina

Valor: