Terminou em lágrimas a reta final da semana de moda de Paris, que acabou anteontem. Numa passarela tomada por um carrossel e com Kate Moss, Marc Jacobs fez aquele que deve ter sido seu último desfile na Louis Vuitton.
Jacobs agradeceu os aplausos à coleção chorando. É dada como certa sua contratação pela Dior, e a escolha do carrossel é uma representação evidente de que a moda é feita de ciclos e de que um deles acaba de terminar.
A coleção também foi bem nostálgica, focada no início dos anos 1960, com conjuntinhos caretas com elementos artesanais e plumas.
Enquanto isso, na Chanel, Karl Lagerfeld afirma que o movimento da moda é ilusório e que as novidades são sempre variações sobre os clássicos atemporais.
Desta vez o estilista recuperou a pérola, elemento central no estilo Chanel, e as misturou às conchas, um dos mais antigos símbolos de feminilidade da história.
Num jardim aquático montado no Grand Palais, as modelos passeavam com pérolas ao longo das costas, formando uma coluna vertebral de brilhos. Viraram também piercings e enfeites de cabelo que, em semanas, devem ser copiados mundo afora.
Os tailleurs foram recortados e os vestidos de festa ganharam formas de conchas marinhas, assim como os saltos e até uma bolsa. No final, Lagerfeld entrou na passarela com a cantora Florence Welch, do Florence and The Machine -que fez parte da trilha do desfile e é um dos novos rostos da Chanel.
Com seus cabelos ruivos, pele muito alva e canções de refrões viajantes, Florence é a musa de milhões de moças que, como a coleção da Chanel, misturam imagens místicas femininas (sereias, feiticeiras) com um comportamento conservador, que despreza o sexy ousado.
Grifes como Stella McCartney, Dior e Givenchy (com Gisele Bündchen na passarela) também revisitaram os clássicos à sua maneira: a primeira com um mix de tênis e surfe; a segunda com o glamour europeu; e a terceira com variações do masculino.
Gira o carrossel parisiense e, na temporada que vem, com a dança das cadeiras que deve ser anunciada nas próximas semanas, fica no ar a pergunta de como deverão se organizar os cavalos da vez.
O prêmio continua o mesmo -um lugar no pódio de uma semana de moda que movimenta milhões e constrói algumas das imagens pop mais influentes do mundo
Fonte: Folha
