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9 dez 2008

Pesquisa mostra indústria de SP otimista, no Valor Econômico

Pesquisa mostra indústria de SP otimistaValor Econômico – 09/12/2008

O desempenho da indústria paulista em 2009 ainda é uma incógnita para os empresários. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, prevê um primeiro trimestre com crescimento zero ou queda no Produto Interno Bruto (PIB). O vice-presidente da entidade e presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, mais otimista, trabalha com expectativa de melhora no cenário internacional até fevereiro e retomada do crescimento na indústria e no PIB brasileiro. Pesquisa realizada pela Fiesp com 1.205 empresas entre 1º e 20 de novembro revelou que a maioria das indústrias paulistas ainda mantém o otimismo sobre 2009.

Conforme o estudo, 22% dos entrevistados acreditam que as vendas terão queda em relação a 2008; outros 36% prevêem repetir o resultado deste ano e 39% projetam aumento. Em relação à rentabilidade, 29% prevêem queda, 39% esperam repetir o desempenho de 2008 e 31% prevêem elevar a rentabilidade. No quesito emprego, 20% prevêem contratar mais, 55% esperam manter o quadro de funcionários e 24% prevêem cortes. O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, observou que, em outubro, a indústria paulista cresceu 0,2%, quando no país o setor registrou queda de 1,7%, fator que pode ter contribuído para o resultado otimista do levantamento.

“Se essa pesquisa fosse feita na semana passada, o resultado teria sido outro. A confiança do empresariado está caindo rapidamente”, ponderou Skaf. Para ele, ainda há muita incerteza sobre o tamanho da crise. Estudos internos da Fiesp apontam para a possibilidade de o PIB brasileiro crescer de 2% a 3%, mas o dado ainda não é divulgado como oficial. “É difícil traçar perspectivas. Ser otimista pode ser enganoso e ser pessimista pode ser desastroso”, afirmou Skaf. Ele afirmou ainda que a oferta de crédito continua escassa e cara e que as medidas tomadas pelo governo federal “se não foram tímidas, tiveram um resultado tímido”. A Fiesp defende que o governo adote mecanismos de defesa comercial para evitar uma ‘invasão’ de importados e estuda propor que o Banco Central utilize os recursos do compulsório para alongar o prazo de pagamento de tributos.

Já para Steinbruch, 2009 “pode não ser tão ruim como o esperado”. Ele observou que os preços da sucata no mercado americano e a demanda chinesa dão sinais de recuperação – dois indicadores de que EUA e China começam a reagir aos pacotes de ajuda financeira. Ele também observou que os bancos brasileiros já não aceitam aplicações de overnight, um sinal de melhora na liquidez. “As indústrias tiveram um 2008 lucrativo, o país bateu recordes de emprego e renda e as contas do governo estão em ordem. O ano de 2008 foi o melhor para a indústria e isso não vai se repetir em 2009, mas ainda assim podemos ter um bom ano”, afirmou Steinbruch. Se houver melhora na demanda externa até fevereiro, disse, a economia brasileira pode voltar a crescer em abril. Ele também considera viável a expansão do PIB em 3%, estimulado pela atividade industrial, que crescerá acima desse patamar.