O clima de incerteza exacerbada, a falta de crédito para empresas e famílias e o elevado nível de desemprego formam um quadro negativo para todas as atividades econômicas. Com efeito, a produção industrial também mostra comportamento errático; um mês bom, outro ruim… Terminado o primeiro semestre do ano, a Indústria de Confecção do Vestuário no Brasil acumula 5,1% de alta, frente igual período de 2016. Em São Paulo a recuperação foi mais modesta, com crescimento de 1,8%, na mesma base de comparação.
No Estado de São Paulo, no acumulado de 12 meses, somente agora a Indústria do Vestuário deixa de operar na faixa negativa, com alta de 0,3% sobre período idêntico anterior. Um pouco melhor, a Indústria Têxtil registra aumento de 6,3% na produção. Mas, a Indústria de Transformação, como um todo, ainda contabiliza queda de 1,2%, sempre diante da mesma base, o que mostra que a queda na atividade é, de fato, generalizada.
O fato positivo – a ser confirmado – é que a agenda nacional deve passar a ser não mais a defesa do Presidente Temer na Câmara, mas sim as reformas. Com isso, as incertezas na economia devem ser menores, abrindo espaço para uma nova rodada de recuperação, ainda que tímida. Metaforicamente, é como se as páginas de Economia passassem a ter mais relevância do que as páginas Policiais, ao contrário do que assistimos nos últimos meses.
De outro lado, do ponto de vista da Indústria do Vestuário de São Paulo os efeitos do benefício do ICMS, por parte do decreto 52.560/17, devem começar a surgir nas medições oficiais. Se a lógica do incentivo se confirmar, as encomendas do grande Varejo podem auxiliar para atenuar o quadro que, até agora, ainda é de preocupação.
