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11 fev 2011

Crédito ao consumidor abranda com ação efetiva, diz BC

O Banco Central (BC) disse que as medidas para abrandar o crédito ao consumidor são “efetivas” e podem ajudar a intensificar o impacto da taxa de juro mais alta na demanda doméstica.

A autoridade monetária, em apresentação de slides em Salvador, mostrou que o volume de novos empréstimos ao consumidor e o financiamento para a compra de veículos caíram em janeiro, enquanto a taxa de juro para crédito pessoal subiu no mês até 25 de janeiro.

Em dezembro de 2010, o BC elevou os requerimentos de capital e compulsório para os bancos locais na tentativa de frear a expansão do crédito e a inflação.

Os formuladores de política monetária disseram que tomaram essa iniciativa para evitar uma bolha no crédito, após o financiamento de veículo crescer 49% no ano passado, os prazos de pagamento se estenderem para até 80 meses e os reguladores lançarem uma investigação sobre o Banco Panamericano, a maior entidade de concessão de crédito para veículos usados.

“A recente dinâmica dos prazos de pagamento, preços e volume de novos empréstimos sugerem que as ações macroprudenciais tomadas no começo de dezembro são efetivas como um elemento para conter a demanda agregada”, notou o BC nos slides, sem dar números detalhados sobre a expansão do crédito.

Depois de subirem a taxa básica de juro de 10,75% para 11,25%, os formuladores de política monetária manifestaram que confiariam nas medidas de crédito macroprudenciais e nos custos mais altos para o empréstimo para controlar os preços ao consumidor, que registraram em janeiro a maior alta em 26 meses.

As medidas de crédito retiraram R$ 61 bilhões do mercado e visam a conter a expansão dos empréstimos ao consumidor com vencimentos mais longos do que 24 meses. O BC notou hoje que essas ações não são “substitutos perfeitos” para as ferramentas de política monetária convencional.

A inflação medida pelo IPCA avançou para 5,99% nos 12 meses terminados em janeiro, a maior leitura desde novembro de 2008, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta de inflação do governo é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos para mais ou para menos.

A gestão da presidente Dilma Rousseff comprometeu-se ontem a cortar R$ 50 bilhões do orçamento deste ano a fim de aliviar a pressão sobre o banco central para elevar o juro.

Na ata do encontro realizado nos dias 18 e 19 de janeiro, o BC observou que, para ajudar a combater a inflação, contava com cortes nos gastos que vão trazer o superávit primário para 3% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano passado, o superávit primário correspondeu a 2,8% do PIB, contra meta de 3,1%.

Alguns operadores estão considerando que o BC eleve a taxa de juro para 11,75% em março e que ela termine o ano em 13%. O empréstimo de bancos estatais e privados cresceu 1,6% em dezembro de 2010, para R$ 1,7 trilhão, o menor avanço desde julho.

(Bloomberg)


Fonte:Valor OnLine

http://www.valoronline.com.br/online/geral/43/382344/credito-ao-consumidor-abranda-com-acao-efetiva-diz-bc