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22 nov 2019

Como as grifes de moda estão se preparando para o futuro?

Quem caminhou pelos pavilhões e assistiu às palestras da Web Summit tirou uma conclusão: a tecnologia deixou de ser um setor à parte e passou a atuar transversalmente em diversas indústrias. Da saúde às finanças, todos percebem que a transformação digital é essencial para a sobrevivência dos negócios. E a moda também está cada vez mais atenta a esse movimento.

Trazendo nomes como o CEO da Tommy Hilfiger, Daniel Grieder (foto), o evento abordou algumas das principais mudanças na relação entre empresas e consumidores. Uma delas é que o cliente passou a ter voz e pode dizer o que pensa, e a chamada “ditadura da marca” acabou. “Não se sabia o que e como as pessoas usavam as coisas. Agora isso mudou: elas dizem o acham e como ficam com as roupas”, contou o executivo da gigante norte-americana.

Na avaliação do head de Creativity da BriviaDez, Giovanni Sartori, a tecnologia tem a capacidade de unir as pontas dessa cadeia. “Antes, a moda era impositiva: ela determinava tendência, e as pessoas simplesmente compravam. Hoje, com redes sociais e smartphones, tudo mudou – não só a moda, como a própria indústria da imagem”, destacou o expert em moda, que já esteve à frente da criação de campanhas para grandes marcas nacionais.

A preocupação com a sustentabilidade também é um dos enfoques dessa nova era. Ao longo da Web Summit, diversas startups e marcas apresentaram inovações e tendências. Entre elas, estão o aluguel de peças de luxo e o uso de impressão 3D para criação de joias. “O mundo hoje está questionando o valor de se ter tanto, bem como o impacto no meio ambiente”, relatou Sartori.

Se essa era digital da moda é sobre conexão e diálogo, o que as marcas devem fazer para ser ouvidas? Na avaliação do fundador da revista on-line The Impression, Kenneth Richard, alguns pontos são fundamentais: “um bom produto e uma boa história”. “Isso se faz com muita tecnologia nos bastidores e um grande storytelling”, pontuou. Em um contexto em que os clientes possuem voz e podem dizer o que pensam, o mercado brasileiro ainda tem muito a evoluir. “Vejo que ainda estamos longe de ter marcas que dialogam de verdade com seus consumidores”, apontou Sartori. Para o criativo da BriviaDez, o segredo para mudar isso é unir a transformação digital à resposta dos “porquês” da marca. “Por que sua marca existe? Por que os consumidores gostam de mim? Se não gostam, qual é o motivo? Esse é um diálogo muito franco que a moda jamais viu e está começando a ver”, alerta.

FONTE: Amanhã