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21 ago 2015

Aprovação da reoneração da folha de pagamento desagrada empresários

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Presidente do Sindivestuário ao lado do Renan Calheiros.

 

GIULIANA VALLONE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A aprovação no Senado do projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamento gerou insatisfação entre os empresários afetados pela medida. “É uma barbaridade o nosso setor estar sendo castigado dessa forma”, afirmou José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado). Hoje, as empresas do setor pagam uma alíquota de 2% sobre o faturamento. Com a nova lei, essa taxação sobe para 4,5%. “A construção civil já tinha uma das maiores alíquotas e ainda sofremos um aumento de 125%”, afirmou Ferraz Neto. “As empresas já têm sido bastante prejudicadas pela crise. Agora, a situação vai ficar ainda mais pavorosa.” O setor prevê corte de 475 mil vagas de emprego neste ano. Entre as empresas de vestuário, a nova taxação deve elevar o número de demissões no setor, que sofre com custos maiores e vendas em queda, afirmou o presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah. “A previsão era de demissão de 60 mil pessoas em um ano, isso com 1% de alíquota. Com 1,5%, a expectativa é que esse número aumente em progressão geométrica.” Parte dos 56 setores antes beneficiados pela desoneração tentava negociar com o governo uma proposta de aumento de 50% na alíquota de todas as empresas. Masijah esteve em Brasília na quarta (19) para defender a proposta em reunião com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-MA). “Mas se o Senado votasse a favor dessa sugestão, o projeto teria de ser votado de novo na Câmara, e o governo fez pressão para agilizar o processo [de aprovação]”, afirmou. O setor de confecções foi um dos beneficiados por um aumento menor da alíquota, de 1% para 1,5%. Ele disse, no entanto, não ter confiança de que a lei será sancionada pela presidente Dilma Rousseff como está. “Agora estamos sujeitos ao bom humor da presidente, para saber se ela vai aceitar o 1,5%, mas ela está sinalizando que não vai”, disse. Fernando Pimentel, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), foi mais otimista sobre a sanção de Dilma ao projeto de lei: “Temos plena confiança de que a presidente vai aprovar. Se o Congresso aprovou, não tem por que ela rejeitar.”